terça-feira, 8 de junho de 2010

Quando a burrice fala mais alto (a 127 decibéis)

Coisa que não para de me fascinar é a força da imbecilidade sobre a sensatez. Tá, tudo bem que 99% da humanidade é constituída por idiotas - e eis por que eu considero essa entidade chamada Deus o maior sarrista de que se tem notícia - mas, o que acontece com o 1% quando precisa decidir uma questão que afeta a todos? Encolhe o rabinho feito guaipeca sem vergonha, baixa as orelhinhas sarnentas e sai de fininho? É o que parece.

Olha um exemplinho básico: a tal da vuvuzela, a corneta plástica que os apreciadores deviam enfiar no seu digníssimo rabo. Quando a África do Sul foi designada para recepcionar a Copa e apareceram as primeiras reportagens a respeito, no momento exato em que eu me dei conta do que significava milhares de criaturas soprando aquela nojeira, pensei: isso não devia ser permitido, além de extremamente irritante com certeza faz mal para os ouvidos.

Aí a sensatez foi espancada com a decisão da Fifa de permitir a maldita vuvuzela nos jogos da Copa, por ter sido a mesma apresentada como 'uma tradição' entre os africanos. Tradição melku, diria a Katylene Bezzmarcky.

Primeiro, quem pariu a tradição, que embale. Os outros não tem nada com isso.  Que estória é essa de tradição que não pode ser quebrada? E se a tradição fosse comer os dirigentes da Fifa, como é que ficava? Well, suponho que muitos iriam gostar de dar entrada no caldeirão.

Segundo, por mais que se devesse embalar a tradição que cada criatura põe no mundo, não seria mais sensato analisar antes se a tal tradição merecia mesmo ser embalada? Vai que era um monstrinho devorador de orelhas, por exemplo? Mas não, pra que analisar se é mais fácil passar por cima da sensatez com o rolo compressor do okay, você venceu, batatas fritas?

Então, apesar do depoimento dos próprios jogadores participantes da Copa, a comprovar que a praga da vuvuzela torra e muito, ficou liberada a desgraça. Agora aparecem notícias como esta (G1):



As vuvuzelas, cornetas que se tornaram uma 
das marcas da Copa da África do Sul, 
chegam a incomodar os ouvidos mais 
que uma motosserra, e podem causar perda 
permanente na audição.

O alerta foi feito por uma fundação mantida pela Phonak, fabricante suíça de próteses auditivas.
Testes em estúdio demonstram que as
trombetas emitem um som de 127 decibéis. 
Ganham de tambores (122 decibéis) e de 
apitos (121,8 decibéis), por exemplo.
A exposição continuada a 85 decibéis 
pode gerar perda de audição permanente. 
Por isso, a organização pede que os torcedores 
utilizem protetores auriculares. 

(Foto Jung Yeon-Je/AFP)    



Bacaninha, né? Assistir todos os jogos da Copa com um protetor atochado no zovido. Supergostosinho, superalegrinho. Mas, é o jeito. Porque os alegres vão soprar, ah como vão, até o fiofó fazer bico. Yay!
Tô fora.

4 comentários:

  1. gostei das cores.. e da cara "vc que se danem" que esse pessoal sabe fazer como ninguém.. rs

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  2. Devo concordar. A cara é de tanto eles próprios se repetirem a mesma coisa. De certa forma acho que a história obrigou os africanos a olharem a vida com essa cara.
    Uma pena.

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  3. Os sociólogos de banheiro de boteco inventaram esta história de tradição para justificar qualquer asneira, quando algo bizarro não tem uma explicação plausivel vem um idiota, com PHD numa uniesquina qualquer deitar falação sobre costumes e tradições, se formos seguir as idéias destes imbecis logo teremos todo o tipo de escatologia rotuladas de tradição.

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  4. Bem dessa, Paul Urban, bem dessa.
    Os caras acham que a gente está aqui pra comprar qualquer firula, meo.
    Mas quero que se danem!
    Imagina permitir um negócio desses, essa barulheira infernal, parece um bando de débeis mentais.
    Isso não tem nada a ver com alegria, é coisa de quem não pindoca bem. Aos milhares, o que é pior.

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