A Nervosa e o Pessoa

Acabo de receber email de leitora muito especial, pessoa que me aprecia a mim e a Fernando Pessoa (o que a faz uma leitora de grande sensibilidade e também bipolar) e com emoção aqui posto o que ela me mandou. Ao final a observação da moça, que comprova o elogio (delicadamente) feito a mim. 
Valeu, Su. Beijo da Nervosa. Esse Pessoa é bom pacará, hein? 

"Não choro por nada que a vida traga ou leve. 

Há porém páginas de prosa que me têm feito chorar. 

Lembro-me, como do que estou vendo, 

da noite em que, ainda criança, li pela primeira vez numa.... 

E fui lendo, até ao fim, trémulo, confuso: 

depois rompi em lágrimas, felizes, 

como nenhuma felicidade real me fará chorar, 

como nenhuma tristeza da vida me fará imitar. 

Aquele movimento hierático da nossa clara língua majestosa, 

aquele exprimir das ideias nas palavras inevitáveis, 

correr de água porque há declive, 

aquele assombro vocálico em que os sons são cores ideais 

- tudo isso me toldou de instinto 

como uma grande emoção política. 

E, disse, chorei: hoje, relembrando, ainda choro. 

Não é - não - a saudade da infância 

de que não tenho saudades: 

é a saudade da emoção daquele momento, 

a mágoa de não poder já ler pela primeira vez 

aquela grande certeza sinfónica. "

(Elogio delicado)
Aí loka, fui campear algo que traduzisse tuas escrevinhações...é isso...
(Bem, eu imagino que seja um elogio, posso estar equivocada, ando meio nefelibata ultimamente, desde o dia 9 de fevereiro às 09:24h para ser exata)