segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Puragoiaba 4ever

Se alguém fizesse comigo aquele questionarinho sequelado: se você fosse mandada pra uma ilha deserta, podendo levar junto um só de cada item a seguir: 1) livro; 2) comida; 3) cd; 4) joguinho eletrônico; 5) gente; qual levaria? 

Tá, na lista original não tem joguinho mas como essa é a minha versão e eu não vivo sem o meu game boy velho caindo aos pedaços, eu me precavi. Não ia levar nada do restante da lista, a não ser a gente. Imagina ler o mesmo livro, comer o mesmo prato e ouvir o mesmo cd repetidamente até o fim da vida? Meu pensamento imita a voz da Oprah: buooooriiing!

Agora, a gente, eu sempre (sempre mesmo, sou paranóica com isso de ser mandada pra uma ilha deserta assim sem mais nem menos) sempre, penso no Ruy Goiaba.

Que o Ruy, o Rogério O., os dois, são pessoas com as quais eu imagino que poderia sentar num praião, sem nenhuma perspectiva além da visual, aquele marzão besta de frente pra gente, indo e vindo, indo e vindo, pouco se lixando pra nossa situação patética, e ainda pensar:

Putz, legal! Vou poder conversar com o Ruy Goiaba até não querer mais, só eu, merci bon Dieu!

O Rogério O. largou mão do blog dele, o Puragoiaba -tem o quê? ano e meio?- e foi twittar na vida. Eu ainda não me conformei. O Pura era o meu refúgio nesse mundo cruel. Cada vez que eu me sentia ameaçada, ferrada, banida da lista de Caras, eu corria pra lá, subia na goiabeira, me lambuzava das melhores goiabas e esquecia a maldade da vida. Isso quer dizer todo dia.

Quando ele pinchou no blog a plaquinha the end eu procurei minha poltrona no canto da sala, subi sofregamente, cruzei minhas perninhas, torci a barra do meu vestidinho, engoli o nó na garganta e derramei lágrimas salgadas e quentes até cair no sono e sonhar com o meu Ruy, com o meu Puragoiaba. Que triste.

O Rogério O. acha exagero. Que eu não devo contar o tempo. Que isso é nóia. Que está superfeliz no Twitter como Mrguavaman. Me diz pra visitar ele lá. Eu vou. Mas, sabe como é? Cadê a minha goiabeira? Tem passarinho mas não tem goiabeira? Aquele bando de passarinho o tempo todo tuí tuí tuí tuí tuí e cadê a plácida goiabeira? Não dá pra minha esquizo.

Então resolvi que vou começar a catar os textos do Pura e colar aqui, fazer de conta que nada aconteceu, que eu estou nos primeiros e inesquecíveis contatos com o meu pé de goiaba lima e, largar na mão de Deus. Ele já tem tanta bomba pra resolver, não dá nada. Como diriam lá na Bahia: turn Yourself, Gódi.

Hoje vai esse texto muito à propos do meu amigo screw minded Nêgo Pêssoa, que acha o roquenrol coisa do Cramunhão. O Nêgo tá pirando total com o rock, acho que vamos ter de interná-lo, o cara pode acabar dando um tiro na cabeça. Se isso acontecer vai voar Eça de Queiroz e Bode Laire pra todo lado.

Toma lá, e trata com carinho. Querendo, pode -e deve- ir direto aos primórdios do Pura *suspiro*

Os profetas do roquenrol

Por que alguns roqueiros se matam? Autocrítica? Vontade de legar um mundo melhor às futuras gerações? Sempre duvidei dessas duas hipóteses: se eles tivessem um mínimo de autocrítica, jamais encostariam numa guitarra, e o mundo não fica melhor com a exploração póstuma da obra dos roqueiros desnascidos. Minha tese: dons premonitórios. Os dois compositores do Badfinger, Pete Ham e Tom Evans, se suicidaram porque, de algum modo, previram que seriam regravados pela Mariah Carey ("I can't liiiiiiiiiiiiiiiiiive, can't give anymoooooooooooore...."). Ian Curtis, líder do Joy Division, enforcou-se porque profetizou que "Love Will Tear Us Apart", no futuro, seria o toque de celular mais popular do Reino Unido. Eu só não havia atinado com uma explicação para a morte de Kurt Cobain -até descobrir que alguém havia resolvido regravar "Come As You Are". Faz sentido, não?


posted by Rogério/Ruy at 15:35
(aqui é onde eu olho o retratinho, dou um beijo e recoloco no meu diário, com um suspiro dobrado)

2 comentários:

  1. Adorei que você adorou, L!mOnadah. Nada é demais pro Ídalo. Venite adoremus. Abração

    ResponderExcluir

O que você acha?