segunda-feira, 3 de maio de 2010

Brazucas e tugas. A mesma língua? Hmmm... O mesmo jeitinho? Ao que parece. Vamos lá, pense, dê palpite. O assunto é sério.

Li hoje no jornal virtual português Expresso:

As cunhas mais descaradas metidas a figuras públicas
(tradução: os mais descarados pistolões pedidos a figuras públicas)

A cunha é bem portuguesa e parece fazer parte do nosso ADN. Começa pelo "agradinho". O galo capão que se entrega nas mãos do senhor doutor, as flores que se oferecem à senhora professora, o whisky de 15 anos que chega à mesa do "soutor" juiz, a casa de férias emprestada ao senhor árbitro ou ao senhor presidente da Câmara.

Estes são alguns cabazes de favores que não se entregam só no Natal. Isso faz de nós um país de cunhas? Parece que sim. (...) toleramos bem o tráfico de influências e consideramos que é até um atalho necessário para ultrapassar um Estado lento e desatento aos nossos direitos e necessidades.

No livro 'A Corrupção e os Portugueses - Atitudes, Práticas e Valores', de Luís de Sousa e João Trigães, (...) somos apresentados como um país de corrupçõezinhas. "Que não assentam necessariamente no suborno e na troca directa de dinheiro que compra decisões, mas construída socialmente ao longo do tempo, através da troca de favores, de simpatia, de prendas e hospitalidade".

Leia mais, tem gostinho de déjà-vu mas a linguagem é mais saborosa.

Galo capão
Muitas coisas que ainda são moda viva em Portugal soam aqui como excertos de clássicos da Literatura. Mas o jeitinho é muito up to date. Seria isso um fenômeno global de igual intensidade, ou nós, brazucas & tugas, soubemos cultivá-lo mais e melhor? Ai...

10 comentários:

  1. A corrupção e o jeitinho esta no sangue, vem da matriz, o primeiro portuga que aqui chegou, trouxe isto no sangue. Isto não quer dizer que tenhamos que ser corruptos, é uma questão de opção, e como o brasileiro é chegado ao mais fácil, vamos lá.

    ResponderExcluir
  2. Oie, Paulo Urbano
    sempre um grande gosto lê-lo por aqui. Pois é, amigo, faz a gente pensar. Mas não se devia procurar o mais fácil, embora seja a tendência natural acho que do ser humano não só nossa. Talvez mais exacerbada em nós, isso é o que pega. De toda forma não é agradável ler isso sobre nós mesmos, assim com todas as letras.
    A diferença é que aqui tem mais corrupçõezonas, a gana extrapola quaisquer critérios morais. Triste, e um grande problema de ordem prática, uma vez que desequilibra ainda mais a justiça social, esse ente raquítico.

    ResponderExcluir
  3. É bom saber onde a corrupção começou,triste mesmo é saber que ela nunca acabará!!!Enquanto era só um galinho capão ou porquinho cachaço até dava´prá relevar,mas agora...!!!

    ResponderExcluir
  4. Agora os porcões cachaços é que mandam no jogo, D. Zulmira, e os galinhos subalternos se espaventam pra lá e pra cá na busca das cunhas.
    Desculpe mas, teria a senhora, por acaso, algum parentesco com o ilustre Stanislaw Ponte Preta?

    ResponderExcluir
  5. E não, ó caríssima? Estamos bem arranjados com essa! Mas o que dói-me mais é pensar que esta fatalidade ainda é usada como justificativa da nossa falta de caráter generalizada. Não há justificativa.

    ResponderExcluir
  6. Ao contrário do que a maioria pensa o jeitinho não é brasileiro. É mundial hoje em dia (exceto Japão e alguns anglo-saxões e, talvez, outros dos quais não tenho notícia) mas, com certeza nasceu no Mediterrâneo. Do lado de cá, digamos, nada sei a respeito dos norte-africanos. Portugal, Espanha, Itália e Grécia são supimpas. Ver para crer: vimos e cremos. Nós, mistura de um sem número de imigrantes (não raça, pois o que há é raça humana), aperfeiçoamos de maneira invejável e inigualável.

    ResponderExcluir
  7. Verdade, né, DK? Teve até aquele ministro japa corrupto que deu cabo de si mesmo, pra não passar pela vergonha de ver sua roupa suja lavada em público.
    Aqui os cabras não só NÃO se matam, como bebem Activia com Johnnie Walker.
    Infelizmente essa nossa expertise não é coisa pra se orgulhar.

    Bom ver você por aqui, DK.

    ResponderExcluir
  8. Esta uma "patologia" crônica da nossa espécie humana. Mudam as formas/reprimir deste expressar, mas estão aí sempre latentes em todas as raças, credos, ideologias, nacionalidades.
    Bj

    ResponderExcluir
  9. Mas no nosso caso é uma coisa muito cancerosa, Doc. Invade tudo, com uma rapidez assombrosa e devastadora.

    ResponderExcluir

O que você acha?