Um dia, há muito tempo atrás, vi essa imagem e pensei: se Marilyn usasse burka...
Não sei se efeito das Mil e Uma Noites mas, eu sempre imagino as princesas árabes umas mulheres lindonas, sedutoras, aqueles olhões maquiados, a pele lisona de tanto azeite de oliva, aquela fogosidade, a dança dos Sete Véus, Ventre, Moedas, sei lá, ao som de atabaques e sininhos (eu gosto), entre narguilés e cortinas finas multicoloridas (e quibes fritos e vodka, já que eu não gosto de arak e meu quibe favorito é o frito e eu não tenho grande interesse em princesas, sorry). Quanto a você, amigo, imagine como quiser, eu só postei a imagem. Imagine a Princesa Aisha chegando ao seu ouvido, toda pressurosa e cheirando a, let's say, almíscar (bem leve) e sussurrando:
- Habibi, aayouni, esbera brinzêza en abosentos gue brinzêza vai vazê danza de sête vêus bara aayouni.
Legal?
Qual é o seu sonho? O meu foi por uns tempos aquele tuaregue magricela e escuro, de olhos verdes (a melhor cor de olhos já inventada), que tão feliz fez a americana raptada, no maravilhoso O Céu que nos Protege, do Bertolucci. Mas ali era mais a influência daquele desertão alucinante, as cores do céu, os movimentos de luz e dunas, a poesia potencial de cada imagem. No fundo, no fundo mesmo, eu sou uma intelectualóide. Sou movida a inteligência brilhante, it's never just about sex. Portanto o tuaregue não ia durar muito, devia ser totalmente não brilhante.
Qual é o seu sonho? O meu foi por uns tempos aquele tuaregue magricela e escuro, de olhos verdes (a melhor cor de olhos já inventada), que tão feliz fez a americana raptada, no maravilhoso O Céu que nos Protege, do Bertolucci. Mas ali era mais a influência daquele desertão alucinante, as cores do céu, os movimentos de luz e dunas, a poesia potencial de cada imagem. No fundo, no fundo mesmo, eu sou uma intelectualóide. Sou movida a inteligência brilhante, it's never just about sex. Portanto o tuaregue não ia durar muito, devia ser totalmente não brilhante.
Adorável Nervosa-San:
ResponderExcluirdevolvo-lhe aqui sua mui bela cria,
devidamente tosada da pelugem estrangeira.
À(ao)s leitora(e)s da postagem, digamos que, num passe de mágica, ergue-se a burka de Marilyn e eis que surge (tchan-tchan-tchan-tchan:)
PANGUR BÁN
Eu e Pangur Ban meu gato
Temos cá o nosso trato
Caçar ratos ele quer
E eu gasto a noite a ler
Melhor que ser afamado
É o simples ler, escrever
Pangur nunca me incomoda
Simples também ele é
É tão bom de a gente olhar
Um e outro a trabalhar
Quando em casa bem ficamos
Cada um com o seu plano
Muita vez algum ratinho
Cruza do herói o caminho
Muita vez alguma idéia
Se enreda em minha teia
Contra a parede ele testa
O seu olhar afiado
Contra a parede se encolhe
O meu saber, se testado
Quando um ratinho se arrisca
É quando Pangur petisca
Quando uma idéia eu desvendo
É quando então me contento
Assim, na paz, nós levamos
Pangur Ban meu gato e eu
O ofício que gostamos
Ele o dele, eu o meu
Praticando todo dia
Ele é bom no que queria
E eu acendo, noite e dia
A luz da sabedoria
[poema original de um monge irlandês do século IX]
Versão portuguesa (infinitamente melhor que dobrada à moda do porto fria:)
De e para Nervosa-San,
que criou mais um Pangur Ban,
com os cumprimentos afetuosos do Ivan.
Hahaha. Pois então, o Ivan postou esse poema Pangur Ban (que é o nome de um gato) no blog dele, traduzido do Gaélico para o Inglês e deste para o Português, e aí então pelo Ivan. E eu fui lá e fiz minha versão, pandeguice igual que eu fiz no blog do Beco Prado com o poema do Ungaretti.
ResponderExcluirE o Ivan me trouxe de volta minha criazinha. Não gostou dela, Ivan?
Foi bem divertido. Seu blog é muito massa, nossa. Vão lá, pessoas: Ivan Justen, próxima coluna à sua direita, a ticket to ride for free.
Uau, essa brincadeira está passando de boa a muito melhor.
ResponderExcluirFui, vi e comentei.
Qualquer dia desses, prometo, faremos uma renga de traduções, aqui mesmo, com reflexos nos blogs.
genial. Só aquela de entrar de "gaiata" em poema de gato já valeu...
Oie, Beco
ResponderExcluirque bom que você veio, eu estava aqui tão solita, obrigada.
Bacana, a brincadeira, né? Precisamos estendê-la a outros blogs, tem muita gente boa enrustida por aí.
Essas quadrinhas sobre o Gato Branco foram muito boas de fazer. Enquanto brincava com elas lavei todos os cobertores da casa, para aproveitar o sol de hoje. Nem vi o trabalho rolar, e olha que o varal de roupas arrebentou e derrubou tudo pelo gramado. Eu nem tchum. Estava de excelente humor com o Pangur, haha.
Pois então permita-me dizer, San: tua tradução me trouxe de volta ao planeta terra: devo admitir que quando fiz a "minha" versão, andava a sonhar com um planeta hipotético - mas penso que agora voltei levemente à realidade: de qualquer modo, a noite voltou a me convidar ao desconhecido, e portanto este comentário vai ficar pendurado - de qualquer modo, trouxe-lha de volta porque a amei: e ela merece os cuidados de mamã...
ResponderExcluirOie, Ivan
ResponderExcluireu estava aqui pendurada ao telefone com o Paulo Vitola, que acabou de chegar do Work Chopp. Estávamos falando sobre O Céu que nos Protege, a gente viajou adoidado, nossos papos ficam quilométricos, maravilha. E eu zanzando aqui pelo blog mas este seu comment ainda não tinha pintado por aqui.
Olha, você é ótimo e eu fico muito embevecida que minhas quadrinhas tenham lhe agradado, surgiram assim, como se eu tivesse espantado um bando de borboletas, apenas saíram levinhas da toca voando por aí.
Mas é que meu estilo em geral é esse, lúdico mesmo, eu não consigo ficar muito séria e quando fico me detesto. Sou uma pândega, é o que sempre digo.
Mas quem sabe um dia amadureço?
Parabéns pelo seu blog. Tem muita coisa boa por toda parte. Fiquei fã.
Beijo