domingo, 9 de maio de 2010

Dia disso, dia daquilo

Perdoem-me (ou não) os curtidores de Dias. Eu acho "Dia d..." the ultimate mascateação, detesto todos.

Dia da criança, por exemplo. Maior piração. É criança rica ostentando alguma ofensa em forma de pseudo-brinquedo; é criança classe média histerificando nas Lojas Americanas atrás do último boneco lançado por algum cartel zilionário de produtos licenciados; é o show de má educação de algum deserdado das opíparas cornucópias das graças plutocráticas, num supermercado por aí, com direito a berreiro e faniquito.

Dia dos namorados? Top ten dos fingidores. É namorada se derretendo pra mostrar ao objeto da sua paixão o que é exatamente ser isso (uia!); é namorado de saco cheio atrás de presente nunca bom, se baratinho uma frustração, se dispendioso tem culpa por trás (e pela frente e de ladinho).

Dia do Índio? Do Professor? Do Empilhador de Coquinho na Ladeira? Por quem sois! Tudo bobagem. No Dia do Professor ao menos tem descanso pra essa classe heróica. Que, aliás, perde o brilho a cada Dia d... que passa, tal o nível de ignorância para o qual despenca em queda livre. A continuar assim logo teremos o Dia do Instrutor Estressado Mal Formado e Desrespeitado.

Dia das Mães. Olha a manchete: o segundo maior índice de vendas do ano, diz a associação dos lojistas de Quixeramobim. Só perde para o Natal, quando os vendilhões de tudo quanto Templo é Dinheiro, dão asas à sua sanha mercantilista. Ia faltar Cristo pra chutar mesinha de mascate...

Portanto, tendo em vista a comercialidade de mais esse Dia d... eu não vou prestar homenagem às mulheres mais queridas da minha vida, lista que inclui minha Vovó, minha Mamãe, minha adorável sogra alemã e sua mãe, que eu adorava igualmente, de verdade, morro de saudade, e nem a uma outra Mãe especialíssima, que trouxe ao mundo o melhor de todos os caras, pelo que lhe serei eterna e nunca suficientemente grata.

Tendo em vista o cunho comercial deste dia, minha homenagem vai para o maior sucesso comercial nacional de todos os tempos, pessoa maravilhosa, gaúcha que eu curto demais e prova ser mãe de verdade, Giselinha.

Olha o Benji, que fofo! Vontadi di mudê. Boa, Gi. Good job!
Happy Mother's Day

E essa homenagem, mas não por hoje, a todas aquelas que conseguem ser supermães
sem encher o saco dos outros, principalmente de quem não tem nada com isso

6 comentários:

  1. San,
    Também odeio efemérides, mas entro de leve na dança do coletivo.

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  2. As únicas efemérides que eu curto são aqueles insetos alados que flanam sobre a água dos lagos e coisas assim. Adoro aquela efemeridice de inseto beijando a superfície molhada, fazendo ondinhas.
    Nem meu aniversário, baita efeméride, eu comemoro.
    Pra ti vê, como dizem os catarinas.

    Mas sim, você entra na dança porque, diferente de mim, não é esquisita, haha

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  3. Jisuizinhooo!!!!!Não tem uma vírgula da tua esquisitice que me escape, "tô prestando atenção em tudo, prá ver se fico igual..."Pode???rsrss...

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  4. Contanto que depois tu não resolva me processar por perdas e danos, vai fundo. Esquisito é bom ;)

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  5. É, bem no fundo, só movimentar de comércio e indústria - porque os sentimentos reais estes fluentes (ou não) no cotidiano.

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  6. Todo dia é o dia das mães. Só elas tocam o barco direto. Pelo menos as do meu tempo. Acho que quando eu me for para a melhor elas já terão se extinguido completamente. Somos uma espécie em franca extinção.

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