segunda-feira, 10 de maio de 2010

Paulo Vitola, mais um inédito da série Nova


Outras bocas

Você beijou outras bocas
Eu sei
Outras línguas tocaram a sua
Eu sei
Souberam seu gosto seu doce
Seu sal
E quem sabe você tenha visto
O céu
Mil estrelas brilharam no vasto
Azul
Espocaram os fogos e a banda
Saiu
Tantos sinos tocaram o seu
Coração
Que você afastou-se sorrindo
E dançou
Suspirando abraçou sua
Imaginação
E uma rosa vermelha em seu peito
Se abriu
Pois no beijo que então pareceu
Tão real
O outro rosto em que você pensava
Era o meu
 Como foi, como devia ter sido, desde o início, no universo paralelo, 
de onde vem nossa memória subconsciente, inconsciente, 
não sei, qualquer coisa não totalmente consciente

7 comentários:

  1. subconsciente?inconsciente?consciente?Olha o que esse homem faz com a gente..."Abraçou sua imaginação..." olha isso,nem vou falar mais nada

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  2. Verdade. Entra em tudo quanto é "ciente" da gente e desvenda todos os segredos. Passeia, né?
    O que esse homem faz com a gente...

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  3. Lindo, né, Lina? Me deixa sem palavras. Ainda bem que ele as tem de sobra, haha

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  4. Maravilhoso, Vitola in concert!

    Lembrei-me de Blake: " Quem amarra a si uma alegria,
    Destrói a vida alada,
    Mas quem beija a alegria em vôo
    Vive no nascer do sol da eternidade."

    Sorvo melhor esse amor liberto,

    love's in the air ♥

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  5. Amor liberto, diz você, Ester.
    E libertação é exatamente o que significa para mim o poeta decifrar o que havia nesse beijo.

    Vitola in concert, indeed. É o lance do vulcão que eu falei no outro post.

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  6. Pois no beijo que então pareceu
    Tão real
    O outro rosto em que você pensava
    Era o meu

    Paulo Vi, até dói, sabia? A beleza do poema e a verdade que ele conta. Dói bom.

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