quinta-feira, 20 de maio de 2010

Entendendo o Português de Portugal

Adoro os tugas, por uma série de peculiaridades, entre as quais a linguagem. A linguagem, essa ferramenta de comunicação que não se restringe à palavra escrita ou falada mas abrange uma vastidão de elementos intrínsecos à personalidade de um povo, às suas características físicas, morais e emocionais. Esse assunto é palpitante. Senão vejamos, por que as piadas acerca da inteligência dos portugueses? Por ao menos dois bons motivos, a meu ver:

1) por serem eles muito mais cultos que nós, no geral, o que nos desperta o despeito
2) por darem-se eles muito facilmente à explanação do óbvio, coisa que detestamos

A segunda característica é a que pesa  mais para o espírito amalandrado do brasileiro. Que veja, mesmo não sendo culto, o brasileiro é ágil no pensamento e dispensa falação sobre obviedades, irrita-se até com ela. Exemplo disso, entre tantos outros, é a famosa personagem do mestre Chico Anysio, o Pedro Bó, lembra? Que inspirou o pessoal da revista Mad a criar a seção Respostas Cretinas para Perguntas Imbecis.

Olhando o jornal virtual Expresso encontro um vídeo que gostaria de assistir, mas essa intenção vai para o segundo plano, graças ao amor dos tugas pelo óbvio. Olha que gracinha, quando você vai clicar no ícone  internacionalmente conhecido como "play", para assistir o vídeo, você depara com a instrução:

Clique no botão para dar início ao vídeo

Impossível deixar de responder mentalmente: Ah é, é? Não diga, Pedro Bó! E como é que clica? Assim, responderia o tuga virtual:

a) arraste o cursor do rato para sobre o ícone vetor que significa play (tocar) e está representado pela seta que aponta para a direita;

b) estando o cursor sobre o ícone, pressione a tecla esquerda do rato uma única vez, e solte-a, arrastando a seguir, o cursor para fora da imagem, caso contrário o sinal do cursor se sobreporá à imagem do vídeo, atrapalhando a visão do mesmo.

E como se isso não fosse ridículo que chegue, no sentido de dar risos, vem ainda sobre o mesmo assunto a palavra Oscar, o prêmio da Academia de Artes e Ciências de Hollywood, acentuada: Óscar. Tipo, veja o filme que ganhou o Óscar. Hahaha. Não é uó? Uóscar? Queridos tugas, eu os adoro. D vrdad meishmu.

E pra vocês uma palhinha da Mad, com texto do Danilo Gentili, um dos MIB do multimídia genial Marcelo Tas (visite o blog) no hilário CQC, entre os meus superfaves. Não acredito em quem não assite o CQC ao menos de vez em quando (Band, 2ª feira 22h00, acho).

6 comentários:

  1. gostei dessa explanação sobre os 'primos', a melhor que li até agora..

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  2. Ahahaha. Bom isso, minha querida. Fico feliz de encontrar eco em tão boa cuca :) Bom dia pra você. Vou lá no Manifesto agora.

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  3. Regras de acentuação são coisas que os amantes antigos da língua ainda preservam. Pobres de nós que nem sabemos mais onde colocar nossos acentos (ou seriam assentos?). Deve ser culpa daquele intrometido ignóbil (ó tônico aberto em paroxítona terminada em l). Nenhuma academia nos dará o Óscar (terminação em r) por produzir este filme de mau gosto! Uf...

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  4. Louie,
    mesmo quando em dúvida sobre onde colocar os acentos, é bom que sempre saibamos onde colocar os assentos. Alto lá com tais dúvidas, ó pá!

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  5. Tem razão, San, se cada um cuidar da sua própria terminação em r..., já é uma grandíssima coisa, com d'zia meu avô! ha!

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  6. Louie,
    com que então tens um avô tuguinha, pá? Mash q'b'leza!
    Ishto mdizh q'teu vacalhau à Gomsh dSá dév, pur certu, seire supimpa!
    Não t'squeçash d'convidair a eshta tua ãmiga, da próxima vezh q'o fizeres, ó gaju.
    Bãiju

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