terça-feira, 31 de julho de 2012

Olá, bravos guerreiros!

Jura bra Deus, como dizem os brimos, que eu nem sei o que vocês ainda vem fazer aqui, mas agradeço demais a presença e a fé. Que eu tô mais parada que pedreiro depois do almoço. Mais devagar que pão-duro botando a mão no bolso. Mais baixo astral que velha amigada com rapaz que visita a mãe toda noite.

Estou pensando em reformar este blog. Explico: última vez que falei com a Adri (só Adri tá bom), entrei numa parada muito brega. Foi assim: ela recebeu uma mensagem de uma amiga que estava feliz da vida por ter arrumado um namoradaço. "Adivinha onde?", me perguntou a Adri. Eu dei de ombros. "Num desses e-Harmony da vida", respondeu ela.

Nao sei quantos existem, mas deve ser uma carrada. Eu fiz a minha famosa cara de uc e perguntei: Ooonde??? Ah, nao! E ela: "Precisa ver que super o namoro dela! Está indo às mil maravilhas. Ela está louca de feliz, o cara é o máximo". Nao lembro das palavras exatas, mas a ideia era essa. Eu: Nao creio! Ela: "É verdade!"

E aí ela falou, meio na sacanagem: "Vamos fazer um fake num site desses, só pra ver o que dá?" Eu, depois de muito desdenhar, acabei convencida: Tá. Vou fazer um, depois te conto. Mas faz um também e depois me conta. Ela aceitou. E, prontamente, nunca fez. Eu, ingenuamente confiante no nosso trato maragato, fiz. Eu e essa minha crença em tratos! Ainda nao aprendi.

Caras, é uó! Cada figura que aparece... Tem de tudo. Tem mané declarado, tem o que tende para o evangelizador, tem o que se acha, tem o bagulhao com a cara e a coragem, tem o Deus me livre prefiro virar lésbica, tem o tudibom mas, tá fazendo o que aqui?

Acreditem, dos que se salvam, isto é, que tem uma certa inteligência e engraçadez, a proporção é 1 pra 250 mais ou menos. Uma tristeza.

Pensando bem eu devia criar um fake masculino, pra ver se as donas que pintam por lá sao assim também.

Mas, digamos que alguns digam alguma verdade (que nem eu, inventei o nome mas fui honesta nas características), então o ideal seria juntar um pouquinho de cada um e, de uma meia dúzia entre mil, talvez se conseguisse um Frankenstein do que se procurava.

Por exemplo: me mandaram quase 300 perfis que, segundo eles, combinavam comigo. Não sei bem no que, mas enfim. Desses, teve um mais moço e um mais velho que eu achei, digamos, agradáveis. O resto nao dava nem pra começar a conversa. Só que desses dois, o mais moço se achava o maior Bredipiti. O mais velhusco, nao sabia falar (ou mais propriamente, escrever).

Tinha um engraçadão, bem de vida (se verdade) mas puotz! Nem por nada desse mundo!
E assim a coisa foi.

Desses quase 300, teve unicamente um que me pareceu levemente interessantinho. Mas esse (como aliás, eu) nao publicou foto. Modos que, nao sei como ele era, nem me apliquei em saber.

Moral da história: pensei em fazer neste blog um san-Harmony. Assim eu já podia fazer uma pré-seleção, dizendo como é que o cara deve ser. Nao é uma boa? Ele, por sua vez, pode nao estar vendo minha cara, mas já vai tendo uma ideia de como eu sou, vendo com o que está lidando, como diria a  Vó Canda. Que tal?

Amanha, se eu nao estiver muito numa pior, continuo. Vou dizer exatamente o CV para o candidato a boy magia.

Stay tuned.                                                          (image)

terça-feira, 17 de julho de 2012

Fófis

Olha a cantoria do baby, coisa mais fofa!
Soninho gostoso. Numa hora dessas nothing else matters mesmo.
Metallica aqui

E toma mais esta, Brasilzão



A primeira-perua-brega-pistoleira virou evangélica, filiou-se ao PV, onde "tá uma coisa mais estandebai". Quer ser deputada federal pra ficar mais próxima do senador Fernando Collor, de quem se separou há sete anos, e contra quem vem litigando pela partilha dos bens, conseguidos a gente sabe como.

Ela justifica que quer ser compensada pelos perrengues e micos que passou com o vacilão do então marido na presidência. Planeja também lançar uma biografia contando a sua versão do que ela chama de "IPÍTIMA", da fibra de alagoana guerreira que ela demonstrou na "cena que ficô marcado" que foi "a descida da rampa no dia do ipítima".

Alagoana guerreira deve ser sinônimo de "cara-de-pau-anarfa", no dialeto dela.
Assista quem tiver estômago.

domingo, 15 de julho de 2012

Os Descendentes


Dirigido por Alexander Payne (As Confissões de Schmidt), entrega cornitude, coma e slack-key guitar do começo ao fim, oh my!

Se você aguenta esse coquetel, vai curtir o filme. Caso contrário...

Excelentes interpretações de Clooney (Matt King, o pai corno) e da bela Shailene Woodley (Alexandra King, a filha perturbada).

Baseado no romance da atriz e escritora havaiana Kaui Hart Hemmings (que faz uma pontinha como secretária de Matt King), o enredo é tenso, com ótimas pitadas de humor e mostra a belezura que é o Hawaii, o splendorous paradise que, segundo Matt King, "can go fuck itself".

Muito bom filme, não fosse pela torrente de música havaiana, que me deu direto na neura, ca-la-ro!
E, como se não bastasse o "sertanejo havaiano", lá pelas tantas ainda rola um yodel, tipo, o Tirol no Havaí. Parrebentá.

Mas, como ninguém é neurótico como eu, provavelmente todo mundo vai curtir.

"Uma família é como um arquipélago: todos fazem parte do conjunto, mas ainda assim cada um é uma ilha separada e sozinha, aos poucos se afastando uma da outra".  Verdade isso.

Para Roma, com bobeira

Fui ver  - argh! e jamais me imaginei reagindo assim a qualquer coisa feita pelo Woody Allen - Para Roma Com Amor. Eca!

A impressão que me ficou: o velho Woody tem que pendurar as chuteiras enquanto é tempo. Se vier outra bomba dessas, vai pegar mal. E pelo jeito vem, pois na lista dele estariam Londres (Match Point), Barcelona (Vicky Cristina Barcelona), Paris (Midnight in Paris), Roma (em questão) e Rio (Rio is for Real).

Well, Roma é chato, chatíssimo, chatérrimo. E como se não bastasse a chatice própria, ainda tem a colaboração do puta pentelho Roberto Benigni, a coisa mais chata que o cinema italiano já entregou ao mundo - cara irritante, faniquitoso - e mais a chatonilda da Ellen Juno Page, boboquinha metida a grande atriz, num papel pra lá de nada a ver. Até o Alec Baldwin, cara super comédia, conseguiu ficar um penca na história.

Muito sexo desnecessário, não sei se por conta da fama das chanchadas italianas dos anos 60, ou se por conta de uma epifania viagral do velho Woody.

Attention, spoiler (se é que dá pra spoilar uma coisa dessas): piada cretina do cantor de ópera que só canta debaixo do chuveiro, e dá-lhe aquele chuveiro ridículo viajar pelos palcos do mundo afora. Extremamente repetitivo, previsível, tedioso, bobo.

Há quem tenha a coragem de dizer que o filme é um tributo aos grandes diretores italianos como Felini, Visconti e outros. Nada disso. É uma mistureba equivocada e enfadonha.

Uma porcaria. E mais não digo.

Trabalho imbecil que só aparece quando não é feito

Paulo Urbano, do blog A Hiena, sugeriu pra -A (a fófis que comentou o meu post Dando um Rolê no Feice) que visitasse o tumblr 501 Louças pra Lavar. No fim, eu que fui lá, ver o que rolava. É muito engraçado. E triste ao mesmo tempo porque, meu amigo, pia transbordando de louça suja é uma desgraceira sem tamanho. Ui.

Eu, como tenho TOC, não deixo acumular. Por causa disso, outro dia fiz um calculinho dilévis e cheguei à triste conclusão de que já devo ter lavado louça umas 50 a 60 mil vezes na vida (se é que isso é vida). Dá pra acreditar? Se eu ganhasse um ral cada vez, teria hoje 50 ou 60 mil rals na poupança, só de lavação de louça.

Isso que eu tenho lavadora mas, como é que você liga uma máquina pra lavar umas xicrinhas e mais uns pratinhos e facas e deixa a lindona consumindo hora e meia de água e eletricidade por isso? Irracional, né? Nem que eu fosse rica faria uma coisa dessas, vai contra a minha natureza.

Mas, creia-me, ainda tem coisa pior que lavar louça. Porque o seguinte: um trabalho não é ingrato somente pelo esforço da coisa chata que possa ser mas, por causa da repetição da coisa chata. Quanto mais é preciso repetir o ato, mais cretino ele se torna.

Já parou pra pensar a cretinice que é espanar o pó? Olha só: você o retira de sobre as superfícies onde ele está assentado, joga-o pro ar, onde você não pode enxergá-lo e, no instante mesmo em que o seu movimento de espanar termina, o pó recomeça a cair sobre as superfícies de onde você o espanou.

How idiot is that?

Por essas e por outras eu acredito que Deus não é do sexo feminino, como o querem certos inovadores do Opium des Volkes.

Homens! Tem tudo, mandam em tudo. E, ainda por cima, não sofrem a TPM.

Que  ódio.

Por outro lado, parabéns aos homens que lavam uma loucinha de vez em quando.

sábado, 14 de julho de 2012

Cesiiinha

Cesinha Marchesini me mandou essa graça: uma forma de ficar em forma
Adoro. É um darling, mesmo.

Agradecimento

Quero agradecer a Deus pelos amigos que eu tenho. São poucos. Não sou muito de fazer amigos ou de cultivá-los. Os que resistem é porque querem mesmo ser meus amigos, posso contar nos dedos.

Tenho bons amigos virtuais, que estão sempre me apoiando e botando pra cima, alguns já de longa data, a quem eu agradeço especialmente, por aturarem minha total falta de diplomacia e de constância (Constância, dona Constância, no meio de tantas flores...), entre os mais assíduos o Paulo Urbano, saravá! Não sei como é que o Paulo não desistiu de mim até hoje. Outros o fizeram. Valeu, Urbs! Você sabe que eu ti gosto, mesmo sendo como eu sou... O Jopz, mais pra recém-chegado em relação ao Urbs, faz muita diferença, o Marco, o Ciro, o Louie, o Gerson, o Riva, o Bocz, o Celso, o Rick's. Haja saco pra me aturar, mesmo virtualmente.

Entre os não-só-virtuais, além do hors concours Nêgo Pessôa, e do querido Cesinha Marchesini, tenho dois amigos grandes escritores e publicitários: o Roberto Beco Prado e o Ricardo Ricarvalho Carvalho. Quando eu digo grandes - presta atenção - é porque é isso mesmo o que eles são. Criativos, brilhantes, engraçados, inspirados, informados, plugados, boa gente, uma beleza.

No dia de hoje tive a felicidade de conversar algumas horas com um deles, o Rics. Ai, meu Deus, como foi bom. Como é reconstituinte (mais do que o Vinho Silva Araújo) trocar figurinha com quem sabe pensar, falar, humorizar, contemporizar, refletir, avaliar, brincar com ideias e palavras, com a graça de um malabarista senior do Cirque du Soleil. Foi tão extremamente bom. Obrigada, Rics. Eu tava muito precisada. Valeu.

Saravá a todos.

Caras que eu curto

Dos genios de la pelota.
Messi: espetacular e elegante, um lorde dos gramados (uia!).
Dieguito: com seu futeba avassalador e seus coxões, o baixinho era o mó arraso, pqp!

150 anos de Gustav Klimt, que me seduz sem parar

Você já disse ou ouviu dizer "Isso foi um beijo!" com ponto de exclamação no final?
Se sim, parabéns.

sexta-feira, 13 de julho de 2012

Mudança é para os bravos

Eu que o diga, do alto (ou do baixo) da minha deprê. Odeio mudanças.
Imagem daqui

Coisas pelas quais vale a pena manter um blog

Lembram deste post aqui? De fevereiro, imaginem.
O engraçado de blog é que às vezes entra um perdido, vai fuçar coisas no fundo do baú e larga um trocinho qualquer lá nos comments, meses e meses depois do bafo.


Bom, quando faz a gente rir, como este me fez, tá valendo.
Eu "ganhei" uma correção no meu Português, vejam só que massa, por ter escrito isso:


Segundo o Feice, Jhan Pyerry está num relacionamento sério com Gabrielly Diany.
Mais não digo.



  1. Acho que você quis dizer "mas" não "mais". Primeiro se você quer ter um blog aprenda a língua antes, segundo, fale sobre assuntos interessantes.
    ResponderExcluir

    Respostas

    1. De +San para -A:


      Ahahahahahhahahahahahhhahahahaa


      Menos A, essa foi hilária!
      Eu vou aprender a língua antes, então. E mais (+) não digo.
      Aproveita a ideia e vai você também, fófis. No seu caso, não é piada ;)

Happy Friday do Jopz

 As sombras nas coxas da modelo, achei massa.

quinta-feira, 12 de julho de 2012

Com que voçe quer e da forma que voçe espera

Amarração Para O Amor

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Especialista em Unir Casais e Amarração para Amor
(Para Todos Os Tipos De Relações)

Valor Da Amarração R$ 150,00
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Pagamento somente após o resultado
(pague somente depois que estiver com que voçe quer e da forma que voce espera)


Vai . Desapega dos cento e cinquentinha.
Larga mão de ser unha-de-fome fome.
Ou não vale?


Atualização: comment do Paulo Urbano, imperdível, um achado:


Quanto será que ele cobra para desamarrar?

Boíssima pergunta, Hiena.
Bem mais canal, huashuashuash


E o comment do Jopz remete a esse nosso velho conhecido:


A minha pergunta é: será que fazendo um combo dessa coiseira, Pai Ambrósio resolve problema daqueles beeem sérios mesmo? Tipo, juntando muita coisa que ele diz ali, olha... é capaz.

sábado, 7 de julho de 2012

Oi, caras. Tudo?

Sumi, né?
Mas tipo, sumi até do meu mundo, meus. Sumi geral.
Andei em dois psiquiatras e uma psicóloga, tentando arrumar a minha cuca.
Tem coisa que nao arruma, nao adianta.
Mas acho que eu dei um jeito na nhaca.
Pelo menos nao to mais querendo morrer, já é um avanço.
E também já nao to mais naquela da Maysa:

Meu mundo caiu e me fez pensar assim...

Nada ou ninguém merece mais do que algumas intermináveis horas de sofrimento.
Por duas simples e boas razoes: 

1. nada te garante que haverá uma retribuiçao desse sofrimento, ele pode ser completamente inútil.
2. com o tempo, nem você mais enxerga a razao desse sofrimento. Entao, pra quê? Toca-lhe o fuck-se.

Olha só essa historinha singela:
Tenho uma amiga que há muitos anos se separou de um marido pelo qual ela nutria a maior paixao. Mas paixao, sabe o que é isso? Braba, pra valer. Era Deus no céu e o maridao na terra.

Entao. Separou. Nem eu acreditava. Achava que ela ia pirar.

Ela ficou na dela, morrendo pelos cantos. 
Emagreceu tudo o que podia, chorou tudo o que podia. 
Só nao bebeu tudo o que podia porque nao era de beber. Pior pra ela, nem com isso podia contar. 

Nao fez escândalo, nao se matou, nao matou ninguém.
Nem mesmo quando soube que o ex tinha ido em ridícula lua-de-mel pra Europa, com uma sirigaita que conheceu na naite e acabou casando em poucos meses.

Parrebentá, né?

E ela na dela. Curtiu o fel em silêncio, sem dar um pio, sem perder a classe, roendo o sofrimento quietinha, com a maior cara de paisagem, anos e anos a fio.

Nunca mais namorou, nao se enrabichou com ninguém, morreu pro mundo.

Candidatos nao faltaram, pra tirá-la da solidão. Ela descartava todos, sistematicamente.

Um desperdício, diziam os conhecidos. Mulher bonita, bacana, interessante, blablá. Nada.

Quando é agora, dia desses, ela me liga pra botar em dia as novidades. 

Conta que o ex-maridao pintou na casa dela. Velhote, barrigudinho, calvo, cara de cachorro triste.

- Nossa, Fulana - diz ele - como você está lindona! Qual é o segredo?

Ela dá uma risadinha, nao responde nada. 

Ele se acomoda no sofá, pede uma dose de vodka, que vira muitas doses, e deita contaçao de miséria. De como a vida é triste, arrependimento, que só fez besteira, hoje ele via tudo.

Ela, ficha, só ouvindo. E olhando a figura, totalmente insignificante, patética até.

Lá pelas tantas o indivíduo se dirige ao filho - que se encontra na mesma sala, a ouvir o nhém nhém nhém do pai - e declara:

- Meu filho, esta mulher - e aponta pra mae do rapaz - foi o amor da minha vida!

O filho dá uma risadinha blasé. Balança a cabeça como quem diz que entende. O cara continua:

- Essa mulher é tudo o que uma mulher pode ser de bom, meu filho. Orgulhe-se da sua mae. Mulher de fibra, bonita, inteligente. Tesao de mulher. Nunca conheci outra igual, nem antes, nem depois dela. Nao existe, meu filho.

O filho continua balançando a cabeça, devagar, demonstrando um ânimo tipo, "ih, o velho tá de cara cheia".

E o lero continua, arrancando suspiros entediados da plateia, até que o ex-maridao se enche de audácia e larga pra ex-mulher a pergunta que nao quer calar:

- Você nao voltava comigo? Pelo nosso amor? Voltava?

Nesse ponto da narrativa, eu de queixo caído e orelha em pé, minha amiga adiciona seu comentário, que foi bem assim:

- Eu olhei aquele velhote embriagado no sofá da minha sala. Tirei uma linha da cara de cachorro triste dele, da pancinha, do pouco cabelo. Comparei com a lembrança dos nossos bons tempos, em que ele era malhadao, tinha um cabelao lindo, era o terror da mulherada. Lembrei da paixao que eu sentia por ele. Eu preferia morrer do que viver sem ele. Lembrei de tudo o que passamos. Paixao a gente teve, nao nego. Ele me amou demais. A gente se amou furiosamente. Mas a nossa vida era um inferno. Mesmo assim, quando a gente se separou, o mundo acabou pra mim.

- Eu sei  - concordei - lembro muito bem disso. Pensei que você ia definhar até morrer, sua louca. Todo mundo pensou.

- Pois entao - disse ela. Eu também. Só Deus sabe o quanto eu chorei, o desespero que eu amarguei, a dor que eu curti sozinha, por tanto tempo. Até respirar, doía como se eu tivesse pneumonia dupla. Aí olhei pra aquele velhote bebum no meu sofá, e pensei: você nao significa nada pra mim. Nada. Que horror, isso! Devia ter sobrado alguma coisa daquele amor todo, daquela paixao tórrida, daqueles dias de trovao. Mas, nada! Você pra mim nao passa de um homem envelhecido, desiludido, enfeiado, sem nenhum glamour, sem nenhum atrativo, sem bosta nenhuma que me interesse. Nao tenho vontade nem mesmo de te dar um abraço, em memória da nossa história juntos. Nada. Você está me dando uma exata demonstraçao do que é um zero total. Você é um zero aqui na minha frente. Menos que isso. Um nada, sem forma, sem significado relativo. É como se você nem estivesse aqui.  A nao ser pelo fato de estar falando idiotices e acabando com a minha vodkazinha.

E diante dessas palavras eu, que conheci de perto a história deles, me pus totalmente perplexa. E totalmente cheguei à conclusao de que o sofrimento que a gente passa é o inferno que a gente se impoe. É assim que o inferno existe e subsiste, pela nossa própria imposiçao. Como é que a gente chega nisso? Nao sei. Só sei que chega.

Deve ser o Diabo que faz isso na cabeça da gente. É honestamente o que eu acho. Porque eu acredito em Deus e no Diabo. Quem nao acredita, nao sei o que pensa disso. Eu penso assim.

E posso dizer que o Diabo passou muitas e muitas horas comigo nos últimos dias, nas últimas semanas. Agora, acho, ele deu uma cansada, está meio que tirando o time.

PQP, o que esse cramunhao maldito me fez gastar com psicoterapia em poucos dias... Uma baba. Filho de uma mae. Agora chega. Vade retro, coisa ruim.

Dia há de chegar - e Deus é grande, esse dia há de chegar - em que eu, talqualmente minha amiga, vou olhar pra trás e dizer: mas menino, você acredita que eu chorei, desesperei, surtei, despiroquei por causa disso, disso e daquilo? Onde é que eu estava com a cabeça?

E eu mesma responderei: no Diabo. 

Graças a Deus, esse inferno passou. Se nao totalmente, está passando.


 Verdadeira queda de braço, meu. 
Jesus, me abane.