Centro Cívico fechado. Inácio Lustosa, adjacências, tudo fechado.
Atravancado de material humano andante (e cagante) nao pensante.
Resultado: táxi nao pode pegar encomenda na Pasta Buona (Inácio Lustosa) e trazer aqui (Centro Cívico).
Ruas parecem formigueiros.
Carro nao passa. Gente nao passa. Só o tempo passa.
A burrice também nao passa.
Nem a sanha dos ordinários que exploram o nome de Jesus pra arrancar os caraminguás da plebe ignara.
A imbecilidade da plebe ignara nao passa.
Mas, se a marcha, como exploradores e explorados dizem, é pra Jesus, eles nao deviam morrer todos?
Tipo Jim Jones. Grande Jim Jones, Deus o tenha.
Como se chega a Jesus sem se estar morto?
Imagine o Centro Cívico, Inácio Lustosa, Mateus Leme, imediaçoes, tudo cheio de zumbis, marchando pra Jesus.
É isso o que acontece no sábado de hoje, na aprazível (outrora, talvez) cidade de Curita, no bundástico país dos carnavalescos e dos crentes que coabitam na paçoca.
Plebe ignara, vá pra Jesus. Mas vá, não fique encanando o Centro Cívico.
Ou vá pro diabo que os carregue, pro raio que os parta, tanto faz.
Só não fique encanado o maldito Centro Cívico.
Paspalhos horrorosos.
Tomara que chegando lá, na morada de Jesus, vocês tomem o maior pé na bunda.
Daí, só nao voltem pro Centro Cívico. Vao pra ponte que os partiu.
Sequelados horrorosos.
Isso, pra nao mencionar o lixo sonoro que eles atocham nos educados e jazzísticos ouvidinhos da gente.
Horrorosos horrorosos.
Olha o tipo do cartaz: Vem aí... reticências... tcham-dam...
Numa photô totalmente comportadinha - porque a Sanzinha estava na missa hoje às sete da matina e nao quer ir pro inferno - aí está a gracinha Nina Dobrev, essa beleza delicada e eslava, a doce Elena, namorada do vampiro em The Vampire Diaries, seriado da Warner HD, canal 547 Net do caraca. Mulher bonita nao precisa estar pelada pra fazer um dia feliz. Uma noite, quem sabe... heehee.
laia ladaia sabatana ave Maria laia ladaia sabatana ave Maria
Toma aí, agora com a Karla Sabah. Pensando com as minhas bolhas de sabonete, será que foi fraca a minha oraçao? Será que mil vezes eu nao cantei? Será que o meu santo defensor estava de férias? Que couve, que o tal do meu amor de-mo-rô pacará, e chegou todo cheio dos poblema çelebrau? Ô saco! Por que eu tinha que rebolar essa melô debaixo do chuvê? Vai que os santos acharam um absurdo e me mandaram só provaçao, lokura, desavença, perrengue!
Ó, meu santo defensor, traga aquela praga, de boa e bem legalzao.
Prometo que nao faço mais dancinha debaixo do chuveiro!
Se bem que a minha dancinha era bem mais legal que a da Karla, ô!
Bem gingada e coisa e tal. Eu me esbaldava no laia ladaia, zifio!
Liliana Queiroz, modelo portuguesa que, no seriado Summer in Love [Globosat HD 502, sábado 01h00], faz a priminha inocente que chega do interior pra passar o verao no sítio do primo gostosao.
Hmmm, já viu, né?
Nao que eu assista, mas vi um making of e fiquei achando que Lili, como a moça é chamada pela equipe de filmagem, mudou bastante aquela ideia da cachopa que o Roberto Leal passava pra gente, acachapada, gordota e bigoduda, de tamancao e xale. Uia, ainda bem.
Aí, Jopz. Espero que curta o gif. Pra tu um gift ;)
Claro, se mais alguem aí curtir, tá valendo.
Puotz, só espero que, por causa desses petchos, o Blogger nao me faça a fiasqueira de botar o Nervs na lista dos sujinhos, que nem ele fez com o blog do Solda. Quando vc tenta acessar, o Blogger vem com aquela perguntinha sinistra: "Tem certeza que quer continuar?" Só falta dizer:... nesse caminho sem volta, de perversao e indecência? Mil perdoes, nao quero ir pro inferno, Blogger!
Diálogo
Ela: Estou com uma coisa que pertence a você.
Ele: Eu também. Onde que a gente se encontra?
Ele: Srta. Volluto?
Ela: Mas que incrível!
Ele: Pois é!
Ela: Sempre imaginei você mais...
Ele: Mais alto?
Ela: Não. Mais... pra ristretto. Boa noite, Sr. Descafeinado.
Onde está a piada
decaffeinato: Nespresso descafeinado, mais ou menos forte (grau 7)
ristretto: Nespresso bem forte (grau 10)
volluto: Nespresso suave (grau 4)
Se essa dica aparecesse há uns, say, 20 anos atrás, quem ia achar légolas? "Baixe demo" era coisa de terreiro de umbanda.
"Game" era uma sugestao pra você se apaixonar.
"Dispositivos móveis" e "aplicativos da desenvolvedora" ia parecer código da Nasa pra falar de marciano.
Pensa bem: as senhoras que se reuniam cada semana na casa de uma amiga, pra trocar dicas de tricô, jogar canastra e curtir um café com bolo de fubá mimoso, hoje se encontram nas redes sociais, para um joguinho virtual, enquanto apreciam, solitárias, um Nespresso. Sem bolo, sem carboidratos. E enquanto jogam, em vez de trocar ideias sobre cachecóis de lã, elas participam de um chat sobre George Clooney, que acham mais quente que um cachecol de mohair enrolado no pescoço.
Ahhhh... time has changed, indeed. Tá ligado, véio?
No post lá de baixo, com Eliane Elias, maravilhosa.
Aqui com a jazz diva Sarah Vaughn. E lyrics, pra tu cantar along. Manda ver.
A chair is still a chair
Even when there's no one sitting there
But a chair is not a house
And a house is not a home
When there's no one there to hold you tight
And no one there you can kiss good night
A room is still a room
Even when there's nothing there but gloom
But a room is not a house
A chair is still a chair
Even when there's no one sitting there
But a chair is not a house
And a house is not a home
When there's no one there to hold you tight
And no one there you can kiss good night
Now and then I call your name
And suddenly your face appears
But it's just a crazy game
When it ends it ends in tears
Darling have a heart
Don't let one mistake keep us apart
Whatever I'm not meant to live alone
Turn this house into a home
When I climb the stair and turn the key
Oh please be there still in love with me
Um site lesbo publicou matéria entitulada Whatta man! sobre que tipo de homem as lés encarariam, se fosse o caso. Resultado: os bem definidos, bombados, cheios de músculos. Mas nao só esses. Elas curtem também os de aparência andrógina e os sensíveis e suaves, entre eles Johnny Depp e George Clooney.
As sis sao antenadas. E você, amigo? Preferia que tipo de homem? Se fosse o caso...
E aqui, com o meu negao maravilhoso, tesao de piano, amo de paixao, casava com ele. E com o Toots, como sempre disse. Os dois em casa o dia inteiro pra eu ouvir? Nao queria nem o Johnnyzinho. Acho.
Então, tenho cabelos e olhos originalmente castanhos. Mas a pele muito branca, o que me valeu, na infância, o - intermitente - apelido de Polaca. A pele, e o fato de eu ser, provavelmente, filha adotiva, de pai polaco.
Tenho cabelos escorridos, numa família de cabelos ondulados e crespos. Pela branca, numa família de pele morena, bunda, numa família de desbundados. Além da esquisitice, que nao combina com ninguém da família.
Pouco se me dá. Se tem uma coisa que jamais me encanou na vida, é saber de quem sou ou nao sou filha. Acho assim: a pessoa é o que é, nao importa quem sejam os pais. Posso ver isso por meus próprios filhos, educados exatamente da mesma maneira, e cada um é um ser diferente do outro, em parte pessoas radicalmente diferentes.
Por isso nao aceito cumprimentos, quando me vem dizer que meus filhos sao ótimas pessoas - e, pasme você, eles sao mesmo - pois nao tenho nada a ver com isso. Ou praticamente nada.
Nao é falsa modéstia, é uma questao de coerência: nao me responsabilizo ou culpo pelo que há de ruim ou menos sedutor neles. Eles sao o que eles sao e nao o que eu quis que eles fossem. Sorte minha que eles sao legais.
A única pressao que eu sempre botei foi: se um dia eu descobrir que você é viciado em alguma droga, eu te mato com as minhas próprias maos, pode ter certeza disso.
Nunca descobri. Ainda nao. Espero estar certa.
Mas esse post nao é sobre meus adoráveis filhos, é sobre mim.
Entao meu apelido foi, esporadicamente, Polaca.
Funny thing, depois de velha (faz tempo isso) descobri que a vodka e eu nos damos muito bem.
Tipo, o que todo junkie esperaria da sua droga de devoçao: ficar legalzao, de boíssima, sem efeitos colaterais muito fódegas.
Pois é.
E agora, pra aqueles que adoram fantasiar com o homossexualismo feminino, digo: havia um comercial de vodka, trocentos anos atrás, nao lembro se da Wyborowa ou da Stolichnaya, em que o cara, com uma voz sensual, louvava os pendores da sua vodka como se ela fosse uma mulher e, ao final dizia:
"Minha polonesa!"
Pois eu digo o mesmo. Me acerto total com a "minha polonesa". Dá muito jogo.
Ela me deixa calminha, molinha, quentinha, gostosa, feliz. Me faz esquecer as vicissitudes [uia!] da vida, as frustraçoes, as mágoas, as decepçoes, toda e qualquer filhadaputice da vida, e olha que tem!
Em seus braços posso dormir, profunda e suavemente, sem medos nem ansiedade, e acordar bem, leve e fresca, como se o mundo fosse bom e a felicidade até existisse [mundo do Roberto Carlos, antes de ele conhecer o mundo].
Pois é. Minha polonesa
E, depois, tem A Insustentável Leveza do Ser, do Kundera, que me fez pensar muito, naquele tempo. Achei que Sabina - depois interpretada na telona pela ma-ra-vi-lho-sa Lena Olin - era, no mínimo, um desafio ducará. Como diria o purpuríneo Clodovil: será que eu chegava?
Lena Olin, The Unbearable Lightness of Being, 1988
O amigo acharia muito desagradável ter por mulher Juliette Binoche
e por amante Lena Olin, a mulher participando do "processo"???
Isso nao faz parte essencial do post, é uma curiosidade minha.
Na lista dos que devem morrer de morte horrível, junto com os donos de cachorro latidor e os ouvidores de breganojo no úrtimo, o fdp [ou no plural] dos sonhos pesadelos Alfa.
É de goiaba o sonho, freguesia.
Sonho de goiaba, imagine. O powha nao sabe nem dizer goiabada.
É de phoder com a paciência, freguesia.
Por que nao ficam lá na Vila Aurea e no Boquera, seu lugar de origem?
Espero que vcs nao vendam nada por aqui, seus putos!
Especialmente o energúmeno que para aqui perto, e fica horas a fio
tocando essa locuçao nojenta e fazendo a cachorrada entrar em histeria coletiva.
Espero que vc nao venda nenhum sonho, desgraçado.
Ou venda tao pouco, que nao pague nem a gasolina que vc gasta nessa andança diária.
Que a Sanepar corte sua água.
Que a Copel corte sua luz.
Que a Net corte seu sinal de tv-acabo.
Que uma DST corte seu pinto fora.
Olha a hora.
Pensei em tomar uma caixa inteira de Lexotan com vodka.
Tudo aqui, ao alcance da mao. Meu teen nao deixou.
Ele nem está nem aqui, na real. A lembrança dele nao deixou.
Nao que eu nao pense no meu outro filho, mais velho. Penso.
Mas esse já está criado, bem situado na vida, nao precisa mais de mim.
O teen ainda precisa. Nao fosse isso [entram aqui os acordes iniciais da 5ª sinfonia de Beethoven, tcham tcham tcham tcham].
Nao fosse isso, falar a verdade, nao sei se eu teria a machice de fazer o que eu venho pensando em fazer nos últimos dez anos, e nao fiz até agora.
Parece palhaçada, nao? Alguém passar dez anos querendo se matar.
Mas acredite, nao é palhaçada. Cara, é ruim pacará.
Penso seriamente se eu sou uma suicida de araque ou se, de repente, um dia desses, eu ainda chego às vias de fato comigo mesma. Seria um descanso.
Sabe aquele filme, A Series of Unfortunate Events? Se minha vida tivesse um título, seria esse.
Mas enfim, fui pra cama, depois de longo banho, com uma caixa de Lexotan e um copo de vodka.
Abri a caixa, tirei os comprimidos, tomei um trago e me deitei, os comprimidos comprimidos nas maos.
Pensei: coitado do meu teen, voltar pra casa amanha e dar de cara com uma mae mortinha da silva.
Dura, seca e arreganhada, como diria Vó Canda.
Pensou que inferno a vida do guri?
Se ele ao menos estivesse situado na vida, feito o irmao, aí eu podia.
Resumindo: nao o fiz.
Fiquei morgando até agora, quando enfim tomei o Lexotan. Apenas um. Com água. A vodka já foi.
Mas antes de tomar esse Lexotan, dormi um soninho fugás etílico.
E sonhei um sonho [podia ter sido um pesadelo].
Um sonho sofrido. Quase um pesadelo. Que foi assim:
Primeiro, antes de entrar no sonho propriamente dito, tenho que fazer uma digressao.
Dia desses meu segundo ex-marido me procurou, dizendo que precisávamos conversar sobre o futuro do nosso filho.
Nao vi por quê. O futuro do piá vai bem, obrigada, graças a Deus.
Mas, enfim, conversemos.
Aí ele veio com uma história, puxada lá do fundo do baú, cheirando a naftalina, tracinhas voando.
Que a gente nunca devia ter-se separado, patati patatá e coisa.
Oquesque? Tipo, vinte anos depois? Ó o cara.
Escutei tudo o que ele achou que devia dizer.
Com uma cara impassível. Por dentro fazendo mil caretas.
Sabe o que é nada a ver? Pois foi isso: nada a ver.
Mais fácil um camelo passar pelo fundo de uma agulha, seja lá o que a chonga queira dizer.
Quando a gente se encontrou na vida, ele era dez anos mais velho que eu.
Com o passar do tempo ele foi ficando uns vinte anos mais velho que eu. No geral, no discurso.
Mas o mais velho da história é a nossa história. Que pra mim está reduzida a pó de múmia.
Rola menos que roda quadrada, foi a minha resposta ao papo dele.
Essa foi a digressao esclarecedora. Agora vem o sonho.
Sonhei que estava com esse cara num lugar que eu nunca vi na vida.
Era uma rua qualquer de uma cidade litorânea qualquer.
Tinha gente descontraída pela rua, gente em clima de férias, com aquela alegria estúpida.
Tinha um sol legal, uma brisa constante, um murmura o mar.
Começa por aí a furada: praia nao é a minha praia.
Mas enfim, estávamos por lá, tipo namorando, pelas ruas.
Ele segurava minha mao, conversava, sorria pra mim, docemente.
Eu pensava: Nossa, como ele está bonito! E jovem.
Ele parecia mais novo do que era quando o conheci.
Foi um homem bonito, verdade seja dita. O mulherio nao dava folga.
E a gente ali, conversandinho, ele todo afável, meigo como num sonho.
Eu pensava, amargurada: nao é dele que eu gosto!
Pensava, e nao sabia como dizer isso.
Porque sabia, isso sim, que naquele mundo de sonho, ele desconhecia qualquer coisa sobre mim.
Nao é dele que eu gosto, eu me repetia. Nao é dele, nao é dele, nao é dele.
Ao mesmo tempo era como se eu soubesse que tudo nao passava de um sonho.
Mas por uns momentos, segundos, eu desprezei a razao e curti a brisa em meu rosto, tao suave.
Nesse ponto fiquei agradecida. Por tirar dos ombros, momentos que fossem, o peso da minha verdadeira vida.
Mas, como dizia a cançao, foi tudo um sonho, acordei.