segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Na madrugada

São quatro e tantos.
A casa dorme. O prédio dorme. A quadra dorme. O carnaval de Curitiba dorme, praise the Lord!
(Talvez o natimorto carnaval seja a melhor coisa de Curitiba.)

Eu não durmo.
Hoje não é dor de nada. Ou talvez seja.
Estou a ouvir jazz, o que pode ser considerado uma dor. Dor de amor.
Amor pelo doce encantador som. Entra nas veias, arrepia a nuca, dá uma baita nostalgia de coisa nunca vivida.

Cada som, de cada tecla do piano, cada acorde de cada melodia me lembram: I'm a loner.
Só podia.
Todos os elementos da minha história me encaminham pra ser uma loner.
Estando ou não sozinha, não faz diferença, serei sempre uma loner.
Nada mais pode mudar isso. Está escrito. Mabtuk.

Destino é fardo de viagem, você bota no ombro e segue adiante, sem bufar.
Viajante nenhum abandona a bagagem na beira da estrada, mesmo cansado dela.
Nothing to do but carry on.

Acabo de ouvir a ultramegablaster Eliane Elias, fazendo isso:





E na continuacao, John The Saint Coltrane, numa das peças mais belamente dolorosas de todos os tempos:




E um dos meus mais favoritos, Bill Evans, que eu tive a graça de ver no Guairão trocentos anos trás, aqui com Kenny B:




Então ficamos assim: a gente curte o que dá. O que não dá a gente descurte mas, quoi faire?
Ainda que eu me chamasse Raimundo, seria uma rima, não uma solução, conforme avisa o Drummond.

Um comentário:

  1. não conhecia, kurti e para os 3 videos só posso dizer....

    em nome do pai, do filho e do espirito santo, benditos sejam.

    JOPZ

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