terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Vou te contar



Querido Tom,
desculpe discordar de você, especialmente assim, estando você no nível de cima, e eu, essa pobre verma medíocre que, além de não ter importância nenhuma, continua aqui em baixo, entre os reles mortais.

Desculpe discordar de você, especialmente assim, diante desta lindíssima canção, mas eu tenho que dizer, querido Tom, que nem sempre isso é verdade. Isso de "fundamental é mesmo o amor, é impossível ser feliz sozinho". Não funciona assim comigo.

Amor, pra começo de conversa, é igual chifre. Com a diferença que ninguém, além de você mesmo, põe na sua cabeça. Então parte daí que o amor é inviável no mundo real, porque ele jamais será igual ao idealizado.

Sabe como é, idealizado vem de ideal, que vem de ideia, e tudo o que é ideia não é real, e tudo o que é real nunca será perfeito como a ideia que seduz a gente, aquela coisa linda que só tem vida na cabeça da gente, aquela coisa, portanto, conforme queríamos demonstrar, ideal.

Então desculpe, querido Tom, mas eu ousaria dizer que fundamental é mesmo a ideia. E, portanto, é mais possível ser feliz sozinho, com a ideia, do que junto com a coisa real (e precária).

Ou quem sabe o problema seja todo meu, que sou perfeccionista e tenho ideias maravilhosas, tão perfeitas que dificilmente, pra não dizer absolutamente jamais, encontrarão correspondência com a coisa real.

Tá, querido Tom, eu sei que uma coisa absolutamente linda e perfeita é areia waaay demais pro meu caminhãozinho. Estou ciente disso. Nem poderia ser diferente, pois me acho uma porcaria. Mas ainda assim, o amor que viveu até outro dia na minha cabeça era tão maravilhoso... que pena! Uma pena verdadeira ter que relegar essa coisa tão maravilhosa ao meu ideário, sem correspondente no mundo real.

Também, queria o quê? Num mundo besta feito esse? Mundo real? O maior amor da história? Assim, de verdade? Sem chance. É como querer soprar a mais perfeita bolha de sabão e desejar que ela seja indestrutível. Sem chance. Então, querido Tom, você vai me desculpar mas, é impossível ser feliz junto.

O quê? Você acha que isso é uma caso particular, somente meu? Que outras pessoas concordam com você? Acham que fundamental é mesmo o amor, seja ele capenga como for, nada ideal? Aquele amor que vem cheio de falsidadezinhas, palhaçadinhas, filhadaputicezinhas, decepçõezinhas, decepçõezonas etc? Hmmm...

Bem, o que eu posso dizer? Pode ser sim um caso particular meu, esse de ser mais feliz sozinha do que junto com um amor desses que estão por aí. Pode ser.

Ai, que raiva!

Do quê? De ser assim, bobona. De querer que Sir Lancelot existisse. Que fosse eternamente belo e jovem e sincero e power e me defendesse contra tudo e contra todos e me amasse acima de todas as coisas e me fizesse contente e orgulhosa e segura e absolutamente feliz!

Sem chance? Então dá licença, mas eu prefiro a sua versão em Inglês dessa melô. Tá vendo? Tudo nesse mundo, de um jeito ou de outro, me leva a preferir as coisas em Inglês.


So close your eyes
For that's a lovely way to be
Aware of things your heart alone was meant to see 
The fundamental loneliness goes
Whenever two can dream a dream together

O que pega nessa versão é o tal de "whenever two can dream a dream together". Que pedreira!

Apesar do que, curto bem mais a versão em Inglês. Sabe como é, além de tudo nasci em Pindorama por acidente. Ou por conta de um anjo safado. Aquele, que pregou a peça no Chico também, tá ligado?


(Okay, o Chico é uótemo, mas o Ney ahazô!)

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