quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

São Valentim, mesmo com delay

Fala verdade: essa imagenzinha é bem Prozaica. 
Isso mesmo, prosaica, com efeitos de Prozac.
Afinal, quem nunca sonhou com um momento KodaK como esse?
Momento TTP: tudo é tão perfeito!
(sobe som: musiquinha thriller do Tuba, do Spilbrega, hehehe. San é má)


Não reparem.
O Dia de São Valentim, the famous Valentine's Day, assaz celebrado nos Eua especialmente, foi dia 14.
E a bunitinha aqui só hoje falando nele. Bem que o Jopz mencionou, en passant, num dos seus cômients.

Caras, tô xeia com X de trabs pra fazer (enquanto meu joelho continua fazendo sexo inconsentido com a minha paciência).
Minha sorte é que El Jefe está tão assoberbado que jamé de laví vai entrar aqui pra ver se eu ando roubando tempo dele, uia.

Não, não estou corruptando: eu só recebo depois de entregar o trabalho. Problema é que ele precisa de tudo pra semana passada então, a rigor, a tadinha da San não poderia mais blogar, pensô?

Então assim: li isto no Expresso, jornal online do tugas (adoro os tugas), no blog Falta de Castigo (acho o nome ótimo, à propos), do excelente José Alberto Quaresma, e passo pra tus saborearem o sempre bom Português da terrinha.

Curtam aê, eu adorei. Adoro tudo o que mete (opa!) o pau (epa!) na comercialização dos nossos já conturbados dias.


"O dia de São Valentim, que hoje se celebra, é um dia de amor universal.

De amor das floristas que nos querem impingir amores-perfeitos; de bem-querer dos restauradores que nos querem pespegar, entre outras delícias de "sexy-food", linguadinhos à Valentim; de afecto das ourivesarias que tencionam fazer palpitar um coração de ouro ou prata, bem pago, no peito da nossa cara-metade; dos comerciantes e dos centros comerciais que planearam aguçar-nos mais ainda, por amor à próxima, desfastios consumistas; de dilecção dos hoteleiros, sequiosos por nos fazerem transpirar de amor em quartos guardados por cupidos de celofane; e até da excitação das companhias aéreas que, também, nos querem obrigar, quase de borla, a trepidações extáticas numa capital romântica da Europa.

Valentim, em cinza há mais de 1700 anos, não desconfia nada destas promoções que levam o seu nome de santo.

Valentim é, dos três canonizados da Igreja com o mesmo nome, o mais notório. No ano de 271 perdeu, mesmo, a cabeça. O imperador romano Cláudio II mandou decapitá-lo. O martírio aconteceu a 14 de Fevereiro. Valentim teimara em celebrar casamentos, em segredo, desafiando a proibição do imperador carente de solteirões para a guerra.

Engaiolado, Valentim recebeu a filha do carcereiro, a bela Asterias. Asterias não via nada. Era invisual. Apaixonou-se por Valentim. Daqui a sabedora constatação, para o fim dos tempos, de que o amor continua cego depois de o ser.

Valentim devolveu a visão a Asterias. O milagre deu-se. Mas, como não há milagres perfeitos, Valentim ficou cego de amor por Asterias.

Na situação de clausura em que se encontrava Valentim, não teve possibilidade de estimular, na sua apaixonada, uns gritinhos astéricos, próprios de amor carnal pecaminoso, mas impróprios de bispo. Umas simples cartinhas platónicas devem ter ajudado à glorificação do santo."


2 comentários:

  1. Super agradável o texto...

    eu fiquei curioso com a data e acabou gerando um post...

    http://b1brasil.blogspot.com/2011/02/comentarios-que-valem-um-post-4.html

    JOPZ

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  2. Superbom, né?

    Já vou lá ver teu post.
    bjopz

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