sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Manguaça também é cultura

 Cachaçaria, mandada por Bia. Em Campinas, pertinho da casa dela, óia só. 
Como diria The Church Lady: How convenient!

No histórico ciclo brasileiro da cana-de-açúcar, começou-se a fazer um subproduto da dita, o melado de cana. Para isso os escravos colocavam o caldo da cana num tacho, que levavam ao fogo, e não podiam parar de mexer, até que o caldo ganhasse uma consistência cremosa.

Cansados de tanto mexe e remexe, e com muito serviço ainda por terminar, os escravos muitas  vezes paravam a mexilança, e o melado desandava. A solução era, então, guardar o melado longe das vistas do feitor. Obs. 1: nasce aqui a famosa expressão "jeitinho brasileiro".

No dia seguinte, encontrando o melado azedo, fermentado, os escravos misturavam a ele o novo caldo de cana, e levavam a mistura ao fogo. Obs. 2: nasce aqui a famosa expressão "serviço de negro" (sem ofensa, sem ofensa).

O azedo do melado era o álcool, que aos poucos ia evaporando e formando no teto  do engenho umas goteiras, que pingavam constantemente. Era a cachaça já formada. Daí o nome "pinga".

Quando caía nas costas dos escravos, feridas com as chibatadas que tomavam dos feitores, a pinga ardia muito, por isso foi chamada de "água ardente".

Caindo em seus rostos, escorrendo até sua boca, a água ardente era sorvida, e os escravos começaram a perceber que com isso ficavam alegres, com vontade até mesmo de dançar. Obs. 3: nasce aqui a famosa expressão "alegrete".

Assim, sempre que queriam ficar alegres, os escravos lambiam a pinga que lhes escorria pelo rosto. Obs. 4: nasce aqui a famosa expressão "pinga ne mim".

Assim se iniciou a Saga da Manguaça, que passou da senzala à casa grande e dura até os dias de hoje.

Menos pra mim, que não curto cachaça de nenhum jeito. Como vocês sabem, eu de brasileira só tenho a certidão de nascimento.

Sou uma renegada. Gosto de whisky, brandy, vodka e vinho. Ao contrário de Lady Kate, dinheiro eu num tenho, mas não me falta-me o gramur.

Lady Kate (real name: Katiuscia Canoro, ouch!), da Zorra Grobau

(Fonte cachaça: Museu do Homem do Nordeste)

5 comentários:

  1. San,eu não bebo a 'purinha',mas gosto de uma boa caipirinha e gosto mais ainda de comidinha de boteco.
    E a cachaçaria fica pertinho do meu trampo,não de casa.O que é melhor ainda.É só mais um quarteirão e tá pronto o happy hour.Perto de casa tem é shopping,onde eu costumo curtir um cineminha,très commode également.
    Mas o que eu gosto mesmo é de vinho(bons vinhos,of course) e como eu sou 'alemoa',uma cerva geladinha vai bem.
    Ah,gostei da pequena história sobre a 'marvada'.

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  2. Jopz que é devoto da Santa Cachaça achou esse post muito bom. Nota 51. (pra melhorar essa nota só trocando a Lady Kate e não vale Lady Lu nem Lady GaGa)

    JOPZ

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  3. Bia,
    muito bom, muito bom.
    Aqui tem gente que faz happy hauer.
    Mas tá valendo, tem muito alemão que nem que tu. Adoro.

    Caipira é tudibom, problema são os carbs que vem junto =(

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  4. Jopz,
    qual a lady de vossa apreferência?
    Espero que não seja a Di. Tipo, já foi ;)

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  5. Hummmmmm....

    Putz, como fui esquecer da Lady Di? Agora kaputt...

    Tem a Lady Laura mãe do REI, mas não posso responder isso pois um devoto do rock não pode nunca assumir que escuta e kurta as velhas canções do Roberto. Não espalha OK...

    Tem a LADY LORD que eu entrei uma vez e quando me disseram o preço pra cortar meu cabelo de milico eu quase cai sentado... então não dá...

    Tem a LADY MARMALADE da Cristina Aguilera, essa eu não kurto mesmo... ENTÃO...

    ... vou ficar com LADY MARIA MÃE DO MININO JESUS pra ver se ela me ajuda a escapar do fogo eterno.

    ;-P

    DOMINUS VOBISCUM!

    JOPZ

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