terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Rosto de lado [profaio]

Nasci no fulgurante Florão da América, uia, no Sul Maravilha, olha que beleza. Mas sou uma renegada, odeio isso aqui enquanto país. Eu queria viver nos Eua, ser poderosa e nonchalante como os yankees. Quando alguém me perguntasse sobre voltar ao Brasil eu diria  Brazil? I don't think so.

Sou esquizo. Não aguento ninguém ao vivo e a cores por mais de dois minutos. Meu espírito começa a abandonar o corpo pra zanzar por aí. Ou fica olhando pra cima, assoviando e batendo o pezinho de impaciência.

Me formei em Direito pela UFPR. Errei o pulo, não curti a parada. Tenho uma bela carteirinha da OAB, pouco rodada, usada mais em carteiradas, que gostaria de poder leiloar entre o pessoal que quebra a cara no exame da Ordem.

Sou uma jazzy lady. No sentido musical, don't feel lucky, fellow. Infelizmente não tenho voz pra cantar jazz. Também não tenho uma oficina de marcenaria, meu segundo sonho depois de cantar jazz.

Tenho muitos anos de alguma coisa que os menos exigentes chamariam vida, algo entre 38 e 67. Parei de contar quando começou a dar muita aflição. Tem dias que me acho maizomenos. Tem dias que me olho no espelho de manhã e penso que podia ser pior se eu usasse crack, mas não me convenço. Tem dias que eu odeio a Beyoncé naquela nóia de dançar de maiô.

Meu médico acha que me anima quando diz que eu tenho trinta e poucos anos de idade biológica, que meu interior é admiravelmente [assim mesmo] conservado. Certo, só não tenho bancos de couro.

Sofro de split personality disorder, desenvolvi vários alter-egos. Um deles é a Exotic Dancer. Tento preservar essa identidade, ultimamente só saio de burka para não ser assediada. Just in case. Pelada por baixo, though, com saquinhos de gelo amarrados na cintura. Superdivertido enquanto derrete.

Não fumo nada. Não sei se isso é bom ou ruim. Bebo socialmente quando me encontro comigo mesma, pessoa com quem me dou razoavelmente bem.

Nas pessoas em geral admiro artigos de luxo: cultura, higiene, gentileza. Principalmente na terceira idade, quando tudo o que se pode exibir é intelecto, de preferência acompanhado de cheiro bom e amabilidade.

O que mais me diverte nas pessoas é a superficialidade e a dificuldade em serem sinceras. Hilário.

Acho compensador que a idade nos traga experiência de vida. Se bem que eu trocava toda a minha por uma semana com o Josh Hartnett no Ritz de Paris. Ou com o Johnny Depp? Hmmm.

4 comentários:

  1. Tudo normal aí em teu contexto existencial. Mas a idéia da burka com saquinhos de gelo na cintura muito especial, vai ser copiada, com certeza, pelas curitibocas.
    he,he,he,he,he,he,he.....
    Bj

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  2. Esta idéia é mais buena que namoro no começo, não achas? ;)bj

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  3. Namoro no começo???
    Sim-sim, lembro remotamente!!
    Bj

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