Corações de alcachofra embebidos em azeite extra
vinho levemente frisante tirado na hora
de um tonel contemporâneo de Marino Faliero - il traditore
e na sala de sessão do Grande Conselho em vez de retrato
- Hic est locus Marini Falieri decapitati pro criminibus -
cuja cabeça cortada girou e girou,
tornou-se sol, deixando rubros o céu
e os reflexos na laguna da Sereníssima República
Carmen Lúcia e eu
sentados em uns degraus junto ao Canal
a beber este frisante chamado Tokai
e nas mãos os corações de alcachofra
e a ver a cabeça do infeliz Faliero tornada sol
a descer, descer
e a banhar de púrpura para todo o sempre
as águas da laguna.
Vinho Tokai é mais doce do que os violinos de André Kostelanetz.
ResponderExcluirCerteza que não rola um demi-sec ao menos? Ai, Kostelanetz? Easy listening instrumental? Olha a hiperglicemia...
ResponderExcluirVocê é terrível, mon ami, impagável.
Rick,
ResponderExcluircomo que você me foi lembrar do Kostelanetz? Menino, parece que tem um século de janela, você! Que barbaridade...
Dico,
ResponderExcluiressa sua foto é beliiíssima e a cena que você descreve também. Repito: morri de invejinha de vocês, viu?
Nossa, eu aos treze anos era apaixonada por um italiano muito phodástico (que meu pai exconjurava) e meu sonho era casar com ele e passar a lua-de-mel em Veneza. Deus, como eu sonhava com isso! Eu achava que ia morrer se acontecesse, olha só. Nunca fui a Veneza e nunca mais vi o rapaz, mas toda foto me faz lembrar daquela minha paixão. Tão bom que era...
Mas depois disso outro valor mais forte se alevantou e cessou tudo o que o antigo muso cantava... C'est la vie.