quinta-feira, 1 de abril de 2010

Dico Kremer: Tokaj rosso frizzante e carciofini sott'olio, città di Venezia. Ma che seducente quest'uomo!

 Corações de alcachofra embebidos em azeite extra
vinho levemente frisante tirado na hora 
de um tonel contemporâneo de  Marino Faliero -  il traditore
e na sala de sessão do Grande Conselho em vez de retrato 
- Hic est locus Marini Falieri decapitati pro criminibus -
cuja cabeça cortada girou e girou,   
tornou-se sol, deixando rubros o céu
e os reflexos na laguna da Sereníssima República
Carmen Lúcia e eu 
sentados em uns degraus junto ao Canal
a beber este frisante chamado Tokai 
e nas mãos os corações de alcachofra
e a ver a cabeça do infeliz Faliero tornada sol 
a descer, descer 
e a banhar de púrpura para todo o sempre 
as águas da laguna.

4 comentários:

  1. Vinho Tokai é mais doce do que os violinos de André Kostelanetz.

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  2. Certeza que não rola um demi-sec ao menos? Ai, Kostelanetz? Easy listening instrumental? Olha a hiperglicemia...

    Você é terrível, mon ami, impagável.

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  3. Rick,
    como que você me foi lembrar do Kostelanetz? Menino, parece que tem um século de janela, você! Que barbaridade...

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  4. Dico,

    essa sua foto é beliiíssima e a cena que você descreve também. Repito: morri de invejinha de vocês, viu?

    Nossa, eu aos treze anos era apaixonada por um italiano muito phodástico (que meu pai exconjurava) e meu sonho era casar com ele e passar a lua-de-mel em Veneza. Deus, como eu sonhava com isso! Eu achava que ia morrer se acontecesse, olha só. Nunca fui a Veneza e nunca mais vi o rapaz, mas toda foto me faz lembrar daquela minha paixão. Tão bom que era...

    Mas depois disso outro valor mais forte se alevantou e cessou tudo o que o antigo muso cantava... C'est la vie.

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