Em resposta ao post em que eu, calhordamente, tento acoxambrar meus sentimentos no soneto de Camões:
Ando imersa num contentamento descontente
numa dor que desatina sem doer
ando solitária entre a gente
cuidando que ganho em me perder
Paulo Vitola, não satisfeito em carregar pedras -literárias- o dia inteiro, nesse caso gemas (no sentido que ele preferir), avatarou o Diabo Zarolho altas horas da noite, e o resultado foi o soneto, que me envia nesta gloriosa manhã de abril, e diante do qual eu me sinto mais radiante do que a Rainha de Sabá a conferir seus incontáveis tesouros. Como disse o Solda: o Paulo Vitola é capaz de tudo. E eu emendo: e ainda mais. Saboreie-se.
Isso, bem sei, não tem um nome ainda,
É um delirar em lúcida vigília,
Sentir-se só na mais remota ilha
A procurar uma palavra linda
Que decifrar pudesse o sentimento,
Até então só criptografado
Sempre que nós estamos lado a lado
E nos beijamos longo e fundo e lento.
De nada vale qualquer idioma
Para chamar o que então se passa,
Todo saber humano entra em coma
No mesmo instante em que você me abraça
Nenhum caminho já nos leva a Roma,
Nem tenho um nome, nem sei sua graça.
(espaço dedicado à recomposição do meu precário raciocínio e das minhas abaladas emoções,
ou, por outras palavras, estou zonzinha, zonzinha,
feito uma Miss Universo saída de Tatuapé e sem discurso preparado na hora de receber a faixa)
San,
ResponderExcluirdaquela lagoa até aqui foi um caminho e tanto, hein? Lindo caminho...
Barbaridade, tchê!!! Até Camões aqui circulante. Estás muito prestigiada.
ResponderExcluirE o Vitola, com certeza bem captou-o aí!!!
Pez, cariño,
ResponderExcluirsim, uma caminhada que espero longuíssima e sempre bela :)
Doutor,
ResponderExcluire então? O Paulo Vi não faz igualzinho o Diabo Zarolho? Com a vantagem de ter um par de olhos verdes excelentes, haha
Ta podeno heim nêga? Formô!
ResponderExcluirE como formô, bro. Demorô, haha :)
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