O governador Sérgio Cabral aproveitou a inauguração da Unidade de Polícia Pacificadora do Morro dos Macacos, em Vila Isabel, para apresentar à plateia dois truques muito apreciados por ilusionistas de palanque. O primeiro, recorrendo apenas ao descompromisso com a lógica, a aritmética e a verdade, opera o milagre da multiplicação de proezas imaginárias. O segundo, só executado por portadores de amnésia seletiva, transforma culpado em inocente, vigarista em voluntário da pátria e prontuário em folha de serviços prestados à nação.
No meio da discurseira em homenagem à 13ª UPP que construiu, Cabral avisou que até 2014 todas as favelas do Rio terão uma unidade do gênero. Como são 1006, faltam 993. Como faltam 1.126 dias para o fim do prazo, Cabral terá de concluir uma UPP a cada 30 horas. Não é pouca coisa. Mas ninguém caiu gargalhada e o orador empolgou-se. Depois de engatar a quinta marcha, declarou “inadmissível” a tolerância com que o poder público costuma tratar o poder paralelo estabelecido nos morros. Em seguida, pisou no acerador.
“Infelizmente, no fim da década de 1970, isso se confundiu com uma falsa malandragem”, ensinou Sérgio Cabral. “Alguns, no asfalto, achavam que era possível essa convivência. E deu no que deu. Aí, os setores mais atrasados encontraram na milícia uma possível alternativa. E deu no que deu”. O diagnóstico é correto. O problema é que o acusador faz parte da comissão de frente do bloco dos acusados. Poucos colaboraram tão animadamente para que desse no que deu.
Vejam o vídeo completo da apresentação, num comício promovido em 2007, pelo trio formado por Sérgio Cabral e pelos irmãos Natalino Guimarães, deputado estadual, e Jerominho, vereador. As imagens exibem três amigos, três parceiros celebrando a vitória que conseguiram juntos. Único em liberdade, o governador alega que os gêmeos em bandidagem, que comandam uma das mais ferozes milícias na Zona Oeste carioca, foram presos durante o seu governo. Ocorre que chefes do Poder Executivo não podem prender. Podem ser presos, mas isso só acontece em países sérios. http://www.youtube.com/watch?v=0qDnruptSek
O vídeo desmonta a farsa de Cabral
ResponderExcluirO governador Sérgio Cabral aproveitou a inauguração da Unidade de Polícia Pacificadora do Morro dos Macacos, em Vila Isabel, para apresentar à plateia dois truques muito apreciados por ilusionistas de palanque. O primeiro, recorrendo apenas ao descompromisso com a lógica, a aritmética e a verdade, opera o milagre da multiplicação de proezas imaginárias. O segundo, só executado por portadores de amnésia seletiva, transforma culpado em inocente, vigarista em voluntário da pátria e prontuário em folha de serviços prestados à nação.
No meio da discurseira em homenagem à 13ª UPP que construiu, Cabral avisou que até 2014 todas as favelas do Rio terão uma unidade do gênero. Como são 1006, faltam 993. Como faltam 1.126 dias para o fim do prazo, Cabral terá de concluir uma UPP a cada 30 horas. Não é pouca coisa. Mas ninguém caiu gargalhada e o orador empolgou-se. Depois de engatar a quinta marcha, declarou “inadmissível” a tolerância com que o poder público costuma tratar o poder paralelo estabelecido nos morros. Em seguida, pisou no acerador.
“Infelizmente, no fim da década de 1970, isso se confundiu com uma falsa malandragem”, ensinou Sérgio Cabral. “Alguns, no asfalto, achavam que era possível essa convivência. E deu no que deu. Aí, os setores mais atrasados encontraram na milícia uma possível alternativa. E deu no que deu”. O diagnóstico é correto. O problema é que o acusador faz parte da comissão de frente do bloco dos acusados. Poucos colaboraram tão animadamente para que desse no que deu.
Vejam o vídeo completo da apresentação, num comício promovido em 2007, pelo trio formado por Sérgio Cabral e pelos irmãos Natalino Guimarães, deputado estadual, e Jerominho, vereador. As imagens exibem três amigos, três parceiros celebrando a vitória que conseguiram juntos. Único em liberdade, o governador alega que os gêmeos em bandidagem, que comandam uma das mais ferozes milícias na Zona Oeste carioca, foram presos durante o seu governo. Ocorre que chefes do Poder Executivo não podem prender. Podem ser presos, mas isso só acontece em países sérios.
http://www.youtube.com/watch?v=0qDnruptSek
Concordo, Paulo Urbs.
ResponderExcluirTropa 2 é vivido cotidianamente no Rio Maravilha.
E não só no Rio, isso é que é pior.
Tá tudo dominado meeesmo. Ai de nós.