sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Fernando Pessoa


Deixei atrás os erros do que fui,
Deixei atrás os erros do que quis
E que não pude haver porque a hora flui
E ninguém é exato nem feliz.

Tudo isso como o lixo da viagem
Deixei nas circunstâncias do caminho,
No episódio que fui e na paragem,
No desvio que foi cada vizinho.

Deixei tudo isso, como quem se tapa
Por viajar com uma capa sua,
E a certa altura se desfaz da capa
E atira com a capa para a rua.


Mandado (muito bem) por Bia.
Ninguém é exato, nem feliz.
É isso, imagino. Muito lindo. Que alívio!
Valeu, Blondie!

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