Post inspirado em eu o ter lido no Divinas & Cruéis, blog da quilida superjornalista Denis Rivera & Cia
São Paulo, 21 de setembro de 2010 - Num momento em que o governo do presidente Lula se dedica  a investidas quase diárias contra a liberdade de informação e de  expressão e critica a imprensa por divulgar notícias sobre  irregularidades na Casa Civil, um grupo de personalidades de diferentes  setores - entre eles juristas, intelectuais e artistas - decidiu lançar  um “Manifesto em Defesa da Democracia”, cuja meta é “brecar a marcha  para o autoritarismo”. O ato público será realizado nesta quarta-feira, 22, ao meio dia, na  Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, em São Paulo.  
Entre  seus signatários o jurista e ex-petista Hélio Bicudo, o ex-presidente do  Supremo Tribunal Federal Carlos Velloso, os cientistas políticos Leôncio  Martins Rodrigues, José Arthur Gianotti, José Álvaro Moisés e Lourdes  Sola, o poeta Ferreira Gullar, D. Paulo Evaristo Arns, os historiadores  Marco Antonio Villa e Bóris Fausto, o embaixador Celso Lafer, os atores  Carlos Vereza e Mauro Mendonça e a atriz Rosamaria Murtinho.
"Em uma democracia, nenhum dos Poderes é soberano. Soberana é a Constituição, pois é ela quem dá corpo e alma à soberania do povo.
Acima dos políticos estão as instituições, pilares do regime  democrático. Hoje, no Brasil, os inconformados com a democracia  representativa se organizam no governo para solapar o regime  democrático.
É intolerável assistir ao uso de órgãos do Estado como extensão de  um partido político, máquina de violação de sigilos e de agressão a  direitos individuais. 
É inaceitável que a militância partidária tenha convertido os  órgãos da administração direta, empresas estatais e fundos de pensão em  centros de produção de dossiês contra adversários políticos.
É lamentável que o Presidente esconda no governo que vemos o  governo que não vemos, no qual as relações de compadrio e da fisiologia,  quando não escandalosamente familiares, arbitram os altos interesses do  país, negando-se a qualquer controle.
É inconcebível que uma das mais importantes democracias do mundo  seja assombrada por uma forma de autoritarismo hipócrita, que, na  certeza da impunidade, já não se preocupa mais nem mesmo em fingir  honestidade.
É constrangedor que o Presidente da República não entenda que o  seu cargo deve ser exercido em sua plenitude nas vinte e quatro horas do  dia. Não há "depois do expediente" para um Chefe de Estado. É  constrangedor também que ele não tenha a compostura de separar o homem  de Estado do homem de partido, pondo-se a aviltar os seus adversários  políticos com linguagem inaceitável, incompatível com o decoro do cargo,  numa manifestação escancarada de abuso de poder político e de uso da  máquina oficial em favor de uma candidatura. Ele não vê no "outro" um  adversário que deve ser vencido segundo regras da Democracia , mas um  inimigo que tem de ser eliminado.
É aviltante que o governo estimule e financie a ação de grupos que  pedem abertamente restrições à liberdade de imprensa, propondo  mecanismos autoritários de submissão de jornalistas e empresas de  comunicação às determinações de um partido político e de seus  interesses.
É repugnante que essa mesma máquina oficial de publicidade tenha  sido mobilizada para reescrever a História, procurando desmerecer o  trabalho de brasileiros e brasileiras que construíram as bases da  estabilidade econômica e política, com o fim da inflação, a  democratização do crédito, a expansão da telefonia e outras  transformações que tantos benefícios trouxeram ao nosso povo.
É um insulto à República que o Poder Legislativo seja tratado como  mera extensão do Executivo, explicitando o intento de encabrestar o  Senado. É um escárnio que o mesmo Presidente lamente publicamente o fato  de ter de se submeter às decisões do Poder Judiciário.
Cumpre-nos, pois, combater essa visão regressiva do processo  político, que supõe que o poder conquistado nas urnas ou a popularidade  de um líder lhe conferem licença para rasgar a Constituição e as leis.  Propomos uma firme mobilização em favor de sua preservação, repudiando a  ação daqueles que hoje usam de subterfúgios para solapá-las. É preciso  brecar essa marcha para o autoritarismo.
Brasileiros erguem sua voz em defesa da Constituição, das instituições e da legalidade.
Não precisamos de soberanos com pretensões paternas, mas de democratas convictos."
manifestoemdefesadademocracia@gmail.com
 
 
 
É apreciável, estimulante e consolador saber que ainda tem gente que sabe, deseja e se empenha nisso.
ResponderExcluirA Democracia, com suas raízes no ideal da virtude, da verdade e da beleza pode continuar parecendo um sonho ainda, mesmo depois de milhares de anos.
Será realidade no momento em que 50 + 1 por cento acreditarem, apostarem e defenderem a virtude, a verdade e a beleza da coisa!
Apesar do preço.
Tá longe, hein, Louie?
ResponderExcluirNada vejo no horizonte.
Mas vale a gente reforçar a crença.
Continuo achando, mas, quem sou eu para dizer isso. Talvez com mais alguns milhares de anos, para quem sobreviver até lá!
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