segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Morfeu do Carnaval

Olhaí, Nêgo Pessôa!


Em adesão total ao seu MMCC, Movimento Morra Carnaval de Curitiba, comunico que estou mirabolando a história Morfeu do Carnaval, sobre a desfolia de Momo na capital dos pinheirais.

O livro será baseado no deus grego dos sonhos, Morfeu, erroneamente tido por muitos como deus do sono, o qual é na verdade Hipnos, pai de Morfeu.

Morfeu do Carnaval será o contraponto curitiboca de Orfeu do Carnaval, filme de 1.959 dirigido por Marcel Camus, baseado na peça de Vinicius de Moraes, Orfeu da Conceição.

Morfeu do Carnaval contará como e porque na cidade linda e amorosa da terra de Guiracás se pode dormir, espreguiçar, bocejar e ressonar durante o carnaval, e andar solenemente pro mesmo.

Good for me, pra quem o carnaval não passa de um fétido ajuntamento de tudo quanto é destrambelhado, manguaceiro e peladona, coisa que serve pra chamar o Satanás, que avidamente se apodera das almas desses pecadores, babando de gozo a cada fornicador que papa, nos salões, nos blocos, nos trios elétricos, em tudo quanto é antro e geringonça de perdição, nessa tenebrosa orgia.

Se você, amigo, é mero apreciador do carnaval, deixe de sê-lo enquanto é tempo de salvar a sua alma.

Se você é, no entanto, praticante convicto do carnaval, vade retro, pois além de sua alma estar perdida, seu corpo provavelmente já está tomado pelas DST contraídas, ano após ano, nessa formidável bacanal. Ui, que nojo. Por causa de tipos como você, o mundo vai acabar daquele jeito catastrófico, olha a responsa!



Eu espero salvar minha alminha, pois enquanto hordas e hordas de pecadores fornicam e prevaricam pelo país afora, expondo suas partes pudendas e cantando aqueles ridículos sambas-enredo horas e horas a fio, eu estou nos braços de Morfeu, sonhando com os anjos. Ou quando muito, deitada na minha queen, ouvindo jazz, bem quietinha e decentemente coberta. 

Assim, sim. 

Aqui no Centro Cívico a abertura do carnaval, no sábado à noite, foi algo de notável. Carnaval aqui devia se chamar Bate Lata. Os quasenavalescos houveram por bem concentrar-se aqui, bem em frente ao meu prédio. Enquanto eu preparava o jantar, ouvindo o som da concentração, pareceu-me que os filhos dos vizinhos é que faziam sua algazarra de costume. Se eu resolvesse passar a mão numa caçarola e sair nela batendo com uma colher de pau, estaria melhor que qualquer integrante do baticum que rolava, garanto, tal o nível da performance. 

Quando eles se distanciavam, já passando pelas arquibancadas a uns 300 metros daqui, era  - felizmente - de tal desqualidade o som, que mal se ouvia o samba quadrado. 

Segundo o meu teen - e com toda razao - o som dos evangélicos, quando resolvem tomar a praça de N. S. da Salete, é cem vezes mais power, e dura mais dias e mais horas, que o do carnaval curitiboca. E eu acrescento: nesse aspecto os aleluia irmão conseguem ser mais chatos que os esquálidos de Momo. Chatésimos! Passam o som zil vezes antes do show (show Satanás) e quando engatam, entram num ecstasy cantorístico-brega que não tem santo pastor que faça parar. Aquela tal de Mara, então! Ô mulé da mulésta!


Mas enfim.

Claro que os católicos dão o troco. E quem mora por aqui paga todos os patos.

Como eu já perguntei antes, quem foi a autoridade ***** que achou bacana tudo quanto é lepra se ajuntar na N. S. da Salete? Por que na frente do Palácio do Governo? O que tem de cívico essa xaropada horrorosa?

Powha, vão se ajuntar na Vila Zumbi, na ponte que caiu, no raio que os parta.

5 comentários:

  1. Fiquei em Curitiba, feliz da vida.
    Ainda bem que o carnaval nem passa perto aqui da região entre o Bacacheri e o Social.
    Que praia cheia, que nada. Nessas horas sou uma criatura do altiplano, que nem que as lhamas. Gosto de praia transitável, sem ter que aguentar barulho alheio nem esbarrar o tempo todo em povo suarento. Onde é que a gente assina para entrar no MMCC?

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  2. Onde que a gente assina é ótimo.
    Vamos ter de lançar a sério esse movimento.
    Praia pra mim virou sinônimo de inferno.
    No carnalval, então...

    Abração, amigo descarnavalizado.

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  3. Caríssima: penso que o MMCC já começou há muitos anos, lançado pelas próprias iscolas di saumba daqui.
    Explico: eu tava lembrando que, por volta de 1979, 80, (dou margem de erro de tres anos pra mais ou pra menos), li na Gazeta que o pessoal que organizava os desfiles oficiais de Curitiba iria, para o ano seguinte, espalhar os jurados em vários pontos da Marechal Deodoro. Sabe por que? Porque o povo só "desfilava bem" na frente do camarote dos jurados, e que antes ou depois era um tal de andar desanimado, esquecer de tocar os instrumentos, etc. Juro que li isso, ninguém me contou. Era bem piazão na época e lembro de ter pensado o óbvio: pô, que katzo de carnaval é esse, que os caras vão lá sem ter obrigação e fazem corpo mole? Bão, deu no que deu...
    Pra quem quiser conferir isso, deve ter lá no acervo da Biblioteca Pública. São só uns seis carnavais pra pesquisar.
    Baci.

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  4. Mandou benzão, Riva,
    Tô com tu e não abro.
    Puotz, seis carnás é sacanagem...
    Tróço besta, né?

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  5. quanto aos batuqueiros na sua janela só posso dizer:


    pai perdoa-lhes porque não sabem o que fazem...


    e Curitiba vai por um bom caminho no ANTI-CARNAVAL com a ZOMBIE WALK que pra mim é um manifesto, um protesto, um tapa na cara dos blocos e abadas e sabe deus o que mais de chatice e mesmice que tem por ai...

    JOPZ

    p.s. o lado ironico é que eu não kurto carnaval, não gosto dos desfiles, nem de samba nem de nada, mas minha mulher gosta, desfila e tudo mais, então eu faço meu papel de bom marido e vou junto e acompanho, sempre com um fone de ouvido tocando rock e aquela sensação de que a qualquer momento vou ser descoberto e linchado pelas massas... quem é esse que ousa circular entre nós ouvindo Bill Halley?

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