Assim como o colesterol bom e o colesterol mau, existe a criatividade boa e a criatividade má. E desta última, um dos mais perversos exemplos é a powha dos nomes estrangeiros inventados. Isso, como diria o Nêgo Pessôa, é uma lepra. Das mais leprosas que existem.
Já fiz post sobre o assunto um tempo atrás, quando saiu uma lista de aprovados no Colégio Estadual do PR.
Foi fódegas. Mas porém, crianças, vcs não viram nada... Aquilo foi um pobre aperitivo do que ainda estava por vir.
Muito bem. Aí vão algumas pérolas encontradas entre os aprovados da PUC deste ano.
Meo, os pais dessas crianças deviam apanhar de criar bicho, pra aprenderem a não fazer um mal desses.
Os cartórios deviam ter um aparelho chamado ridiculômetro. Cada vez que neguinho chegasse querendo registrar filho, o atendente dizia: Faz favor, digita aqui neste teclado o nome da sua cria. O cara batucava lá a barbaridade. Imediatamente luzes estroboscópicas se acendiam em todo o recinto, uma sirene disparava muitos decibeis acima do permitido e um pelotão da PM armado de cassetetes chegava incontinenti, e descia a borracha no cara até ele pedir perdão pelo amor de Deus nunca mais faço isso.
Que assim: além da ridiculosidade do nome ser escrito errado, ainda há a excrescência das consoantes dobradas e das letras em desuso no alfabeto nosso de cada dia, a saber K, Y, W.
Meo, a pobraiada tem orgasmo múltiplo de dobrar consoante e usar essas letras no nome do desgraçado que vem ao mundo. Quanto mais K, Y, W e consoante dobrada, mais os filhos da mãe reviram os olhinhos de gozo enquanto mirabolam o crime contra seus filhos, que vão carregar pela vida afora a ridiculice de um nome idiota.
Acha que tou exagerando? Toma lá: Ah, e me desculpem os portadores desses nomes-doenças. Mas antes de mais nada, desculpem os pais de vocês. Ou não. Melhor não. Invenção desses nomes devia constar na relação dos crimes hediondos. Toma lá:
1º lugar disparado (tcham tcham tcham tcham!):
KHEVVELLYNN KHERLLANNKYANN
Não, eu não digitei errado, nem tou louca, nem cheirei maconha. É isso mesmo que tá ali:
Khevvellynn Kherllannkhyann
Analisemos.
Primeiro, o nome Kevelyn não existia. Foi uma cruza de Kelly com Evelyn. Só que, com o espertíssimo acréscimo do H entre o K e o resto, mais a fatídica dobrada de eles e enes. Bunítiu? Líndio! Superbe! Evanescente! Mirabolante! Espiralidoso!
E o que dizer então de Kherllannkhyann? Provavelmente inspirado no nome do Doutor Morte, o Dr. Jack Kevorkian. Claro, com os ups de praxe, senão não tinha graça.
Sinceridade? Melhor se chamar Maria Bosta.
Andar por aí com um nome desses é o mesmo que tatuar na testa: sou a cria de uma parelha de imbecis.
Mas vamos aos demais.
Que tal este aqui?: EMYLLIN BYATRIZ.
Não é a maior fofura? Não bastasse o Emyllin, com o devido Y (no lugar errado) e o L dobrado, sente a sacada da troca do ezinho rastacuera por um belo e imponente ipsilone em Byatriz... Não ficou o máximo? Isso que eles não deviam conhecer Beatrix, senão dava mais bão ainda, já pensou? BYATRIXX.
Mas, espere! Não gaste toda a sua emoção, que tem mais. É igual aparelho da Polishop.
Olha este aqui: STHEFFANY KAROLAYNE.
Não tenho palavras ( ou letras) pra externar a emoção que se apodera de mim.
Tem esses aqui, devem ser de irmãzinhas, olha que amor: NÁUDIMA e NATHIENNY. Pensando bem, ficava melhor se fosse um nome composto, os dois pra uma felizarda só. Já imaginou?
- Como é seu nome, meu bem?
- Náudima Nathienny.
- Cuma???
Tem esse aqui, mais conservador, mas com um toque de modernidade: RUTTIÉLLY. Que tal? Marromenos? É... bem que podia ter um agazinho entre o R e U, né? Ou entre os TT e o I. Falta de imaginação. Bom, mas pelo menos tem acento. Importante.
E que tal RAFHAELA? Nada de mais? Repare bem... Olha a sacada do FH... Nem só F, nem PH. Cercou o bicho. Bom, não?
Bem, agora vem a série da Jessicas e Jennifers. Toma lá:
JHÉSSICA, DHIESSICA, JHENNYFER, DIENIFER, DHENNYFER...
Mas a campeã desta série é, na minha opinião, JDENNYFER.
Tudo bem que o som ficou diferente mas... oras! E daí? ela não é Jennifer, é Jidênifer. Jideniferenti...
E que tal um up em Elaine e Loraine? Taí: HELAYNE e LORHAYNE.
E pra velha e monótona Júlia? Olha: JULLIHA, JULLYA. Pensou que não rolava? Sideu.
Bem, aí sempre tem aqueles nomes de inspiração indígena. Tipo: HAYNNÃ KAWANNI.
Não sei nem a qual dos quatro sexos pertence a criatura detentora desse belo nome. Arrisca um palpite?
Aí vem a tribo dos totalmente novos, tais como KÁLLIKA, JUSRRALE.
Juro, parece coisa de romance de quem sofria de tuberculose no século dezenove. Olha:
Então Eduardo calou-se, respirou com sofreguidão e levou o lenço à boca, tossindo convulsivamente. Em seguida, estirou-se sobre o divã. Pálido, distante, olhos fundos, o rapaz estava com a vida por um fio. Esmeralda apressou-se em trazer-lhe uma infusão de folhas de kállika e sementes de jusrrale, que Lord Bertrand havia mandado da Nova Zelândia.
E por último, mas não menos importante, alguns nomes de mininus. Toma lá:
LLANDERLEY, MYKON JONATHA, HOLIWOD, PHYLLIPPI, JHONI, JHONY BILL, ÉRICKY.
Escolha o seu favorito.
Quanto a mim, vou até ali dar uma vomitadinha e já volto.
Essa cambada de pais tem merda na cabeça. E isso tudo anda solto por aí, ouvindo o Teló, o Marrone, o Marcelo Rossi, o Belo, essas coisas, no úrtimo volume.
E o pior, meu nego, é que isso tudo anda no meio da gente, faz coisas no mundo, toma decisões. E a gente nem sabe que pode estar falando com um deles na fila do mercado, do banco, do cinema...
Ai, meu Deus!