quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Sinto-me compelida a dizer-vos

Ai, essa joça chamada Festas de Fim de Ano me deixa completamente destrambe. Ainda mais quando meu filhão resolve ir passar na Alemanha, deixando a Main Q Ama Filhuxxx sem um deles debaixo da asa... Horror!

Assim sendo resolvi passar só com meu teen. Bad 'n' Rad, esa soy yo. Ou tudo ou nada. Oito ou oitenta. Essas coisas. Meio termo não é comigo. E pensar em Jesus. Em por que Ele aceitou os termos do Altíssimo. E a que vem essa pantomima toda. Ainda não entendi chongas.

Então assim: planejei um jantarzinho extremamente supimpa, e esquecimento do mundo. Não quero saber de nada nem de ninguém. Meu teen, só. E olha lá.

Acostumada a família imensa, trocentas gentes, mãe, pai, vó, irmãos, cunhados e cunhadas (well, nem tudo são flores), convivas, jazzeiros. E o melhor: filhinhos e sobrinhos.

Cresce todo mundo, morrem vó e mãe, irmãos são abduzidos pelas famílias das cunhadas, filhões pelas famílias de namos, noivas, mulheres, os cambau. Cabô.

Por enquanto tenho meu teen. Quando ele passar pro lado negro da força, prometo sobreviver a essas malfadadas festas totally by myself. Quero que o mundo se exploda.

Protesto, saca? Não a fim de manipular ninguém, cada um que vá pra onde preferir. Protesto contra essa vida, esse sistema pós-moderno-ocidental-revisitado (!). Só não vou dizer capitalista porque isso eu sou mesmo, gosto de ser e quero morrer sendo. Ainda mais depois de passar dez dias ouvindo choradeira da cut na frente da prefeitura, uma das alegrias inefáveis de se morar no Centro Cívico, em Curita, neste insensato mundo.

Aliás, aproveito a oportunidade pra voz dizer que, acreditando na reencarnação (sou um híbrido de católico-protestante-espírita-muçulmano, quer dizer, muçulmano não sei bem), na próxima espero nascer uma completa e rematada parva, pacóvia, papalva, pascácia, pra curtir padre cantor, breganejo, pagode e outras estultices (ah sim! e pps melosos), que assim vou passar a powha da vida na maior felicidade.

Quero saber quem é o FDP que dá o pode pra essas maltas de degenerados mentais invadirem o Centro Cívico, feriado após feriado, dia santo após dia santo, efeméride após efeméride, exibindo sua parvulez, com todo o orgulho e satisfação que São Patola lhes deu, fazendo o que eles acham que é cantar e louvar ao Deus, emitindo, em decibéis waaay além do suportável, aqueles sons de um mau gosto morfético, dias e dias consecutivos, horas e horas consecutivas, de manhã cedo até dez da noite, numa orgia de achação, falta de noção e falta de respeito ao próximo (especialmente próximo ao Palácio do Governo), monstruosa tortura pra meus ouvidinhos educados.

Coisa que transforma a minha meiga e sensível pessoa num ser desejoso de sangue e morte, carnificina, dizimação, fúria, destroçamento de corpos, degolas e coisas afins. Malditos sejam! Mil vezes, um milhão de vezes, infinitas vezes malditos sejam! Disseminadores da brutalidade inteligencial e da indecência gostal!

Fosse eu o Deus e vocês iam ver, hijos de una perra, a praga que eu lhes jogava bem no meio das fuças! Horrorosos, insuportáveis, desprezíveis, abomináveis!

Nada, nada, nada pior que dar chance a todo mundo. O raciocínio é simples: a massa é acéfala, bronca, absurda, abusada. Merece, portanto, a mudez, só isso. Legítima defesa da paz, da elegância, da sensatez e do bom gosto, na minha nada humilde, corretíssima opinião.

Nessas horas - juro! - eu queria ser ditadora poderosíssima, pra decretar, como a Rainha de Copas, um formidável e irredarguível "Cortem-lhe a cabeça!" a cada verme cantor, pregador, pseudoevangelizador, que botasse as patas imundas - pior: a goela maldita - no solo do Centro Cívico.

Mas enfim, o mundo é dos tansos. Eu é que devia dar o fora. E vou. E quero. E serei feliz por isso.

Isso aqui, senhoras e senhores, não é lugar pra gente decente.

Odeio o mundo!


Imagem: olha o silêncio, ouve a falta de gente. Que bênção!


E com esse espírito, perfeitamente natalino, cristão e comunitário, desejo-vos um Feliz Natal. Uma Noite Feliz.

E que também  um dia todos possamos, entre outras coisas, degolar o púdol desvairado da velha fedorenta do prédio ao lado. E que com isso a velha fedorenta tenha um infarto fulminante. Amém.


Noite feliz. Noite feliz. Ó Senhor, Deus de amor, pobrezinho nasceu em Belém. Eis na Lapa Jesus nosso bem. Dorme em paz, ó Jesus! Dorme em paz, ó Jesus.

Contanto que a lapa não esteja assentada no Centro Cívico.


Bom falar com vocês de novo. Beijuxxx.

6 comentários:

  1. Minha querida amiga, eu compreendo perfeitamente a sua queixa. Eu, aqui na Praça Tiradentes,embora me lixando pras festas, não aguento mais ouvir os três "espetáculos" simultâneos que se repetem "ad nauseam", todas as noites, competindo entre eles mesmos e que nos são empurrados, ouvidos adentro, em altíssimo volume. Só por curiosidade, passei noite destas na Rua das Flores, com o meu bem calibrado decibelímetro e me assustei com a leitura. É um atentado à saúde pública (e à minha em particular). Ouvir Maria Bestânia cantando "eu pensei que todo mundo fosse filho de Papai Noel" nestes níveis de pressão sonora é dose pra camelo! Pelo menos o violão que a acompanha é bem tocado, harmonia fina e inteligente, mas todo dia é demais!!! Tem também uma nova versão em estilo "sertanojo" da música "Uirapurú", que começa com o canto do requisitado pássaro, aliás a mesmíssima gravação feita pelo Johan Dalgas Fritsch (que duvido que esteja recebendo os direitos autorais por estas execuções...)
    As explosões que encerram o tradicional e cansativo show do bamerindus ( véio pra caráio!) deixam o Mozart ( meu gatinho) assustado e nervoso. Pra culminar, o cidadão italiano que assina a produção da "galeria de luzes"ou algo parecido, nada modestamente se auto-intitula "O mestre da Luz", or something like that. Definitivamente ele não conhece o Beto Bruel...
    Ainda bem que os rolidays tão se acabando e o povo vai, como diz o Fernando Loco, pro "xiqueirinho" ( Guaratuba, Caiobá e Matinhos), nadar com os coliformes e nos deixar em relativa paz por alguns dias. Como já disse o John Cage "Happy New Ears". E que venha o silêncio!

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  2. Jizuizinho do Céu, o que se comete em Teu nome!

    Ninguém merece mesmo. Nem eles, os crápulas que nos atormentam. Porque pra eles qualquer lepra sonora é um deleite, e eles não merecem se deleitar às custas da nossa sanidade mental.

    Happy New Ears é bom. Se bem que eu ando com tampões de silicone sempre por perto. O nível de irritação é tão insuportável que volta e meia sou obrigada a usá-los, e muitas vezes desejaria ter nascido com uma audição menos apurada, pois nem os tampões dão conta dos decibeis.

    Viva o Chiqueirinho!!!
    E ainda tem gente (?) que se escandaliza quando, ao perguntar se eu vou pra praia, respondo que não. Me acham pobríssima. Imagine passar o reveião sem saltá onda...

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  3. San, my dear, como já disse o Ringo "It don't come easy"...
    Anyway, life goes on e vamos levando com a ajuda dos tampões redutores (eu ando sempre com algus pares nos bolsos).
    Répy Rôlideis and keep up with the good stuff.
    Sorry for the "chiqueirinho"com xis, it was kind of late and the internal dictionary probably was off by that time.
    Be well. Best wishes for you all, of course, a special one to Mr. Paul...
    C U (see you), rs rs rs...
    Vou pra gig.

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  4. ha ha ha, apesar da furia e do ódio incrustados em cada letra, impossível não se divertir com a leitura... não sei o que dizer... boa sorte então, e se um dia o joelho melhorar faça igual o jopz... FUJA PRO ALTO DAS MONTANHAS... ALGUMAS AINDA ESTÃO LIMPAS, SILENCIOSAS E SEM GENTE PRA ESTRAGAR TUDO.

    JOPZ

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  5. Puotz, será que eu não podia fazer que nem Maomé, Jopz?
    Se bem que não deve existir montanha delivery pra cão infiel, né?

    Nem pra quem odeia cão, fiel ou não?

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  6. well, na maioria delas... DÁ PRA IR DE HELICOPTERO.

    ;-)

    JOPZ

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