quinta-feira, 1 de julho de 2010

Em resposta ao comment da Lina sobre Calatrava

Lina,
em que pese o respeito que eu tenho pela opinião do João, acredito que Santi não será jamais unanimidade, pois em primeiro lugar, ele é um artista e a percepção da arte é the ultimate subjective response.

E também, embora eu não tenha tido o privilégio de admirar in loco nenhuma das suas 'esculturas dentro da arquitetura', li alguma coisa sobre o assunto, escrita por gente cuja opinião eu respeito muitíssimo (leia-se Santiago Calatrava: The Complete Works, by Alexander Tzonis) e que dá conta da genialidade do homem. Por exemplo, suas folding frames, 'soluções matematicamente brilhantes', combinadas a eficiência e extrema beleza. Para citar apenas uma das coisas que ele veio desenvolvendo desde muito cedo em sua carreira.

O uso da forma humana, como ele apresenta no Turning Torso, é pungente, espetacular. Formas voadoras, torres delgadas suportando cabos com a leveza de uma harpa, tudo o que ele desenha é meio fantástico, remete mesmo aos esboços de Da Vinci.

Mas, concordo em parte, posso ser suspeita para falar pois estou enamorada. Em todo caso, embora esperar por transporte coletivo numa station qualquer seja para mim o supra-sumo do insuportável, acho que um ventinho frio compensa a festa de se admirar a dramaticidade da arquitetura de Calatrava. Eu suportaria alegremente, me aquecendo nos braços do namorado, que obviamente também apreciaria a arte da gare e a incumbência de me proteger do frio, haha.

O mesmo não digo da obra do Niemeyer, cuja ideia chama, automatica e imediatamente, a podridão de Brasilia. Eu detesto a brasilianidade da arquitetura do velho Nima. Detesto, com todas as letras e sem reservas. Detesto a ideia toda de Brasília, e tudo o que veio depois dela na obra do Niemeyer, aos meus olhos uma extenuante reedição do mesmo, literalmente um déjà vu.

E até nisso o Calatrava é superbacana, apontando positivamente a obra do Nima, jamais a deixando fora dos seus comentários sobre o projeto Museu do Amanhã. Generoso, elegante, lúdico, ousado, surpreendente, como seu próprio design (e como o namorado antes referido), assim é Calatrava. Não posso fazer nada. Para mim até agora ele tem sido uma delícia.

Sinto pelo frio do João. Verdade. Eu o aproveitaria bem. O frio, não o João, ooops! Desculpa aí, querido Meneres. Sabes que sou uma pândega.

6 comentários:

  1. Tá, San.
    Há dez anos fui atacada por essa paixão pelo Calatrava.
    Ele é quase unanimidade, sim!. É fantástico, mas pra mim não há mais o impacto.
    Só isso.
    bjs,

    ResponderExcluir
  2. Well, quem sabe agora, uma década depois, a visão sobre o conjunto tenha outra disposição, a poeira já esteja assentada, a tendência da obra mais definida, a vontade mais madura, enfin!

    Eu como me aproximei há pouco estou naquele fascínio do namoro, curtindão o impacto, e digo mais, I'm loving it, yay!
    bjs

    ResponderExcluir
  3. Meninas eruditas discutindo arquitetura???
    Ummmmmmmmmmmmmm qui chiqui!!!!
    Mas se este espanholzito aí "calar e travar" num sai não este museuzinho. Nem amanhã, nem nunca. he,he,he,he,he.....
    Bj

    ResponderExcluir
  4. Olha, Doc
    quando cala e trava, aí mesmo é que pode sair coisa que preste... haha

    ResponderExcluir
  5. Sim, mas aí em outro sentido, né???
    he,he,he,he,he

    ResponderExcluir
  6. Como diriam teus conterrâneos Kleiton & Kledir:

    Fecha a luz, apaga a porta, vem me carinhar.
    Eu diria: cala a boca, trava a porta...

    Hahaha

    ResponderExcluir

O que você acha?