segunda-feira, 26 de setembro de 2011

O jogamento (fora) de Otelo



Então, na sexta à noite fomos assistir O Julgamento de Otelo. Tratava-se da reedição de um teatrinho já feito há 50 anos pela turma da federeca, onde divogados fazendo o papel deles mesmos e mais um ator fazendo o papel do Mouro de Veneza, fazem de conta que vão julgar o dito cujo, o qual, segundo Shakes, incitado pelo coisa ruim-invejoso-fio de uma mula do Iago, mata sua esposa pretensamente infiel, a Desdêmona. Mais não digo, quem não souber infimamente dessa história, faz favor, pergunte ao Gúgol.

Ó céus, que cocô! Estou até com preguiça de pensar nisso de novo, portanto vou colar abaixo um comentário que eu deixei na publique ideias ponto com, o qual eu nem sei se eles vão publicar mesmo, pois eu desci a lenha (ó que novidade, não? como diz o Poeta: "você quando não gosta de uma coisa, vai na jugular do cara e só solta depois que mata" ahahahahahaha é verdade. nem ligo).



Horrível. Mal feito. A história foi “contada” por todos os que abriram o “espetáculo”, umas três ou quatro vezes em seguida, como se ninguém conhecesse a tal obra de Shakespeare. O tal advogado carioca foi um castigo, pretensioso e chato. As falas do Otelo não tinham nada a ver com as perguntas. Isso sem falar que, talento ali pra interpretar Shakespeare, nem na próxima encarnação. Tudo muito mal planejado e mal dirigido, um verdadeiro xarope, sob medida pra deixar a platéia louca pra ir pra casa.
Pra não ser injusta digo que isso tudo aconteceu na primeira parte. Depois não sei se o Jacinto Coutinho conseguiu dar uma melhorada na situação. Aproveitei o intervalo e fui embora. Mas duvido muito que tenha melhorado, pois estava um desastre total.
Advogados brasileiros são insuportáveis. Se acham o máximo. Dê a eles uma tribuna e veja no que dá: disparam a falar qualquer coisa, nada a ver com o assunto, contanto que possam ficar horas e horas torrando a plateia com aquele papo brega-forense dos tempos dantanho, que eles consideram a maior maravilha.
Isso tudo sem contar o absurdo de alto que estava o som antes da encenação, ABSURDO, com uns vídeos repetidos da OAB, da história do Otelo (de novo) e o fatíco merchand do fatídico Professor Luiz Carlos, o vendilhão de cursos.
A única surpresa foi esta: tudo foi incrivelmente pior do eu esperava. Teatro em Curitiba? Esqueçam!
O seu comentário está aguardando moderação. *


* vamos ver se os moderadores vetam o meu comentariozinho vampiresco.


Em tempo: a arte do Solda tá linda. O cartaz foi o que prestou na história. Parabéns, Soldinha! E vê se responde meus emails, seu maluko malcriado!

7 comentários:

  1. Olá San
    Seus comentários foram aprovados. Todo mundo tem o direito de dizer o que pensa, afinal, isso ainda é uma democracia.
    Mais do que isso, infelizmente tenho que concordar com você. Eu amo direito e amo teatro e achei que juntar as duas ia ser o máximo. Mas acho que não deu né??..

    Abraços

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  2. There is a new comment on the post "O julgamento de Otelo".
    http://www.publiqueideias.com/cultura/o-julgamento-de-otelo

    Author: Rodrigo
    Comment:
    Parabéns pelo seus dois comentários.
    Você é bastante crítica, mas bastante sincera.
    Tanto com relação ao "espetáculo" "O Julgamento de Otelo" quanto ao que você falou sobre os
    "atores" que atuam em Curitiba concordo com a mediocridade.
    Eu iria até mais além. As produções televisivas feitas pelas redes de televisão paranaense também são igualmente medíocres.
    Nós temos ainda muito que aprender com SP e RJ para deixar de ser uma província.

    Aos que se ofenderam, desculpe a sinceridade.

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    http://www.publiqueideias.com/cultura/o-julgamento-de-otelo#comments

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  3. Jonathan 27 de setembro de 2011 às 10:32
    Parabéns ao comentário de San de 26/9/11.
    Conseguiu dar um panorama geral do “espetáculo” (rsrsrs)
    Embora tenha sido terrível, não posso deixar de elogiar as iniciativas e participações:
    1. do CAHS;
    2. do Professor Dotti;
    3. do Des. Munir Karam;
    4. e dos demais participantes.
    Mas não posso deixar, também, de traçar uma lamentável crítica a todo o espetáculo.
    Não sei se tanto eu, quanto os outros integrantes da platéia fomos com uma outra visão.
    Achamos que se tentaria fazer uma obra de ARTE, quando o que se viu foi só uma sequência de DISCURSOS ELOGIOSOS. Foi bem sucedida a oportunidade no sentido de HOMENAGENS, mas, infelizmente, nunca vi o espetáculo de 1961 e não sei se foi no mesmo sentido.
    Assim, do ponto de vista ARTÍSTICO, como PEÇA DE TEATRO, a encenação foi um verdadeiro DESASTRE, por ter sido terrivelmente ENFADONHA.
    Acho que, se o espírito de SHAKESPEARE assistiu, ele deve ter caído da cadeira. (rsrsrsrs)

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  4. Obrigada, Jonathan. Eu até gostaria de ter ficado para a 2ª parte do assim chamado espetáculo, pois fui aluna do professor Jacinto Coutinho e queria ver a sua performance. Mas, duas coisas: não acreditei que ele pudesse salvar aquela hora e meia de aporrinhação prévia e, pelo que soube depois, o microfone de lapela do professor ficou mudo, acabou a pilha, e ele passou até o fim, lá por meia-noite, no gogó. Imagine que fecho de ouro pra uma coisa já horrorosa até aquele ponto.
    Só não vou concordar com você sobre os elogios ao CAHS e a seja lá quem tenha tomado a peito a produção da coisa, pois o que pra mim desponta nessa empreitada é a total falta de cuidado, a pretensão de que basta mexer com Direito pra estar acima de qualquer crítica, essa idiolatria que caracteriza a maioria dos meus (argh) colegas advogados e, em última análise, a falta de respeito com a plateia, que pagou e acreditou no evento. No entanto, ainda que o mesmo tivesse sido gratuito, ninguém mereceria de presente uma tal e tão longa provação.
    Na noite seguinte fui convidada pra assistir um show no Guairinha, ao que me consta com atores curitibanos em alguma coisa baseada na vida de Tim Maia. A despeito de curtir imensamente o “Síndico”, recusei o convite, resolvida a evitar uma overdose de mediocridade.
    Em que pese o respeito que tenho por inúmeros artistas curitibanos, acredito que aqueles que trabalham com artes cênicas em Curitiba, não apenas atores, diretores, produtores, roteiristas, mas todos os demais envolvidos nesse métier, se tem em muito grande conta, quando na verdade são apenas ordinários e, na maioria das vezes, insuportavelmente incompetentes.
    Nesse rol incluo TODOS os que pensam que são alguma coisa. Prestem atenção: vocês são ruins demais! E isso, em grande parte, por falta de humildade, que os faz dispensar mais aplicação, mais estudos, mais responsabilidade com o público, com a cultura propriamente. É lamentável.
    É isso. Desculpem o ácido. Ou não.
    Nervosa San, tolerância abaixo de zero.

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  5. HUAHUAHUAHUAHUA! San Nervosa, o terror do café do tchatro! tchatro quando é bom é excelente, lava a alma do cristão. quando é ruim... quando é péssimo... é hór-rrí-vi! manda brasa, San-Boca-do-Inferno! Canalhas usurpadores dos palcos de nossa Stratford-upon-Belém! Arrependei-vos! Eis que a espada flamejante, digo, o teclado flamejante inSandecido não tardará a descer sobre vossas cabeças!

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  6. Olá, Fernando (bonita camisa!), obrigada pela visita.

    Pois acho que não rolou, compadre.

    Próxima vez, se eu cair na esparrela de ir de novo (noblesse oblige revisitado), levo uma placa com a célebre frase de torcedor de futeba: Eu já sabia!!!

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  7. RiCarvalho,

    honra lê-lo por aqui, garoto.
    Pois em verdade vos digo que a turba cênica que infesta a região de Stratford-upon-Belém ficava melhor no interessante ofício door-2-door "Avon Chama!"
    Forcei muito? Huashuashuash

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