sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Rodando a bolsinha nas esquinas da publicidade

Comentava eu, com um amigo publicitário, sobre a mediocridade que assola a publicidade em Pindorama, a pobreza criativa de recentes campanhas, quanto déjà-vu requentado querendo-se passar por novidade saída do forno etc etc. Ele:

"As agências colocam uma garotada mal saída das fraldas com um feitor mais velho, de confiança do dono. E não querem gastar mais nada."

Essa é a real. Quando nao isso, o orçamento de campanhas que pretendem mobilizar meio mundo, à custa de quebrar o porquinho. Ah, tem dó!



Além da eterna questao monetária, enfrenta-se o fato de a publicidade hoje nao se importar com o fator educaçao - como pareceu se importar num momento passado - mas, apenas, com o "atingir a classe média factóide do PT", que continua pobríssima na formaçao intelectual, mas se espicha, contorce e passa fome, a fim de parecer com a classe média média mesmo, consumindo o que, a rigor, nao poderia.

Essa classe média postiça (que tem no carro com sonzera sua prioridade absoluta) curte o brega, o chulo, o obsceno, o ridículo - como fez desde sempre - e os publicitários atuais dirigem-se a ela, a essa classe média postiça, dando-lhe o que ela entende e gosta: gritaria, bunda, cerveja, jogador de bola brega-celebrity, som techno-brega e breganejo batizado "universitário", como uma compensaçao moral do tipo "ei, a gente cantamos porcaria brega mas a gente samos univerçitarios".

Mal sabem eles que, no nível em que se encontram as nossas universidades, pouca diferença faz eles serem ou nao "universitários". Fizesse diferença eles, os bregas, jamais usariam essa palavra para se autoclassificar. Seria o mesmo que meter o Jeca Tatu num smoking.

É a essa categoria de público que os publicitários brasileiros se dirigem hoje e, por mais que em sua maioria esses profissionais detonem o PT e seus asseclas, é para a cultura de massa petista que eles desenham suas campanhas, sua linguagem, as trilhas dos seus filmes. Nós outros, tristes espectadores da história, apenas engolimos com farinha a torrente de dejetos culturais que se produz hoje neshtepaiz, e sabe-se lá até quando.



Um mero exemplo do talento criativo a que nos referimos 

Logo do colégio católico N. S. da Assunçao, de Curitiba: um coraçao-bunda usando uma tanguinha, duas maos bobas querendo dar uma pegadinha, bafinho suspeito saindo pelo rego. Verdadeiro primor. Porém, como eu sempre digo, mais idiota do que quem cria caca, é quem aprova caca. Taí. Mas enfim, do jeito que anda o catolicismo, até que existe uma certa coerência na coisa.