quarta-feira, 8 de outubro de 2014
sexta-feira, 23 de agosto de 2013
Rodando a bolsinha nas esquinas da publicidade
Comentava eu, com um amigo publicitário, sobre a mediocridade que assola a publicidade em Pindorama, a pobreza criativa de recentes campanhas, quanto déjà-vu requentado querendo-se passar por novidade saída do forno etc etc. Ele:
"As agências colocam uma garotada mal saída das fraldas com um feitor mais velho, de confiança do dono. E não querem gastar mais nada."
Essa é a real. Quando nao isso, o orçamento de campanhas que pretendem mobilizar meio mundo, à custa de quebrar o porquinho. Ah, tem dó!
Além da eterna questao monetária, enfrenta-se o fato de a publicidade hoje nao se importar com o fator educaçao - como pareceu se importar num momento passado - mas, apenas, com o "atingir a classe média factóide do PT", que continua pobríssima na formaçao intelectual, mas se espicha, contorce e passa fome, a fim de parecer com a classe média média mesmo, consumindo o que, a rigor, nao poderia.
Essa classe média postiça (que tem no carro com sonzera sua prioridade absoluta) curte o brega, o chulo, o obsceno, o ridículo - como fez desde sempre - e os publicitários atuais dirigem-se a ela, a essa classe média postiça, dando-lhe o que ela entende e gosta: gritaria, bunda, cerveja, jogador de bola brega-celebrity, som techno-brega e breganejo batizado "universitário", como uma compensaçao moral do tipo "ei, a gente cantamos porcaria brega mas a gente samos univerçitarios".
Mal sabem eles que, no nível em que se encontram as nossas universidades, pouca diferença faz eles serem ou nao "universitários". Fizesse diferença eles, os bregas, jamais usariam essa palavra para se autoclassificar. Seria o mesmo que meter o Jeca Tatu num smoking.
É a essa categoria de público que os publicitários brasileiros se dirigem hoje e, por mais que em sua maioria esses profissionais detonem o PT e seus asseclas, é para a cultura de massa petista que eles desenham suas campanhas, sua linguagem, as trilhas dos seus filmes. Nós outros, tristes espectadores da história, apenas engolimos com farinha a torrente de dejetos culturais que se produz hoje neshtepaiz, e sabe-se lá até quando.
Um mero exemplo do talento criativo a que nos referimos
Logo do colégio católico N. S. da Assunçao, de Curitiba: um coraçao-bunda usando uma tanguinha, duas maos bobas querendo dar uma pegadinha, bafinho suspeito saindo pelo rego. Verdadeiro primor. Porém, como eu sempre digo, mais idiota do que quem cria caca, é quem aprova caca. Taí. Mas enfim, do jeito que anda o catolicismo, até que existe uma certa coerência na coisa.
Comentava eu, com um amigo publicitário, sobre a mediocridade que assola a publicidade em Pindorama, a pobreza criativa de recentes campanhas, quanto déjà-vu requentado querendo-se passar por novidade saída do forno etc etc. Ele:
"As agências colocam uma garotada mal saída das fraldas com um feitor mais velho, de confiança do dono. E não querem gastar mais nada."
Essa é a real. Quando nao isso, o orçamento de campanhas que pretendem mobilizar meio mundo, à custa de quebrar o porquinho. Ah, tem dó!
Além da eterna questao monetária, enfrenta-se o fato de a publicidade hoje nao se importar com o fator educaçao - como pareceu se importar num momento passado - mas, apenas, com o "atingir a classe média factóide do PT", que continua pobríssima na formaçao intelectual, mas se espicha, contorce e passa fome, a fim de parecer com a classe média média mesmo, consumindo o que, a rigor, nao poderia.
Essa classe média postiça (que tem no carro com sonzera sua prioridade absoluta) curte o brega, o chulo, o obsceno, o ridículo - como fez desde sempre - e os publicitários atuais dirigem-se a ela, a essa classe média postiça, dando-lhe o que ela entende e gosta: gritaria, bunda, cerveja, jogador de bola brega-celebrity, som techno-brega e breganejo batizado "universitário", como uma compensaçao moral do tipo "ei, a gente cantamos porcaria brega mas a gente samos univerçitarios".
Mal sabem eles que, no nível em que se encontram as nossas universidades, pouca diferença faz eles serem ou nao "universitários". Fizesse diferença eles, os bregas, jamais usariam essa palavra para se autoclassificar. Seria o mesmo que meter o Jeca Tatu num smoking.
É a essa categoria de público que os publicitários brasileiros se dirigem hoje e, por mais que em sua maioria esses profissionais detonem o PT e seus asseclas, é para a cultura de massa petista que eles desenham suas campanhas, sua linguagem, as trilhas dos seus filmes. Nós outros, tristes espectadores da história, apenas engolimos com farinha a torrente de dejetos culturais que se produz hoje neshtepaiz, e sabe-se lá até quando.
Um mero exemplo do talento criativo a que nos referimos
Logo do colégio católico N. S. da Assunçao, de Curitiba: um coraçao-bunda usando uma tanguinha, duas maos bobas querendo dar uma pegadinha, bafinho suspeito saindo pelo rego. Verdadeiro primor. Porém, como eu sempre digo, mais idiota do que quem cria caca, é quem aprova caca. Taí. Mas enfim, do jeito que anda o catolicismo, até que existe uma certa coerência na coisa.
sexta-feira, 5 de julho de 2013
Quinta à noite teve jazz no museu do Vei Nima
Fornos, segurando seu prezadíssimo
Foi muito
bom e muito ruim. Grandes talentos e grandes mediocridades tudo junto e
misturado. Renderia dois programas: um soberbo, e outro pra quem só está a fim
de agito. Produção de Maurício Cruz and the other guy, o Rodrigo Fornos. O que
também é bom e ruim.
Mauricio
Cruz
É uma
enciclopédia de jazz. Há uma data assina o programa Cena Jazz, atualmente na fm
97.1, um dos melhores programas jazzísticos do país, sem exagero. Um
apaixonado por jazz, o que se revela por suas palavras e atos, inclusive e
principalmente quando ele está em cena. O Mau não toca nem canta. Diz o que
sabe e o que acha das coisas, com muita propriedade, sem encher o saco da
plateia. É engraçado, interessante, elegante.
The
other guy
O
mesmo já não se pode dizer do senhor Rodrigo Fornos. Que também não toca nem
canta, mas... acha que canta, o suficiente pra se apresentar em público. Até aí,
daria para relevar, afinal, atire a primeira pedra quem nunca sonhou em dar uma
cantadinha da sua bagaça favorita. O problema é que o Fornos força. Força a
ponto de tornar visível que ele toma partido do seu posto na produção para se
autopromover como cantor, coisa que ele - definitivamente - não é. Arrumou
uma vitrinona pra exibir a sua falta de talento e de tato.
Rodrigo
Fornos
É uma
pessoa de bom gosto musical, com muita vontade de cantar. Pecado nenhum, desde que
ele não se impusesse da forma como se impõe. Ele até poderia dar uma cantadinha
de vez em quando, seria aceitável. Afinal, ele não é exatamente horroroso
cantando, apenas medíocre. Mas, ficar o tempo todo atropelando os músicos com a
sua insistência, é dose pra leão surdo.
Os
músicos não ligam
Ser
músico – bom – aqui em Curita, é jogo duro. O cara tem que se sujeitar muito: ter
outro trabalho (dito sério), tocar em shopping, tocar em casamento -
brega ou não - em batizado, quermesse, bar mitzvah etc, dar graças pelas
parcas produções que aparecem, estar habituado às agruras de ser músico sério numa
cidade em que isso é um luxo caríssimo. Vai embirrar com produtor de show? Not
ever. Jamé delaví. Vai, isso sim, dizer amém a todo produtor que acenar com uma
oportunidadezinha.
Bullying
Nesse
aspecto, o senhor Rodrigo Fornos pratica o bullying musical. Assenhorou-se do
programa do MON como o piá que agarra na loja o brinquedo que nem pode comprar,
nem quer largar. Acredite, ele alegremente amordaçaria o Mauricio Cruz e o
deixaria esperneando backstage, pra poder fazer tudo sozinho: apresentar o
show, comentar, fazer piadas, rir, cantar, se aplaudir. E saltitar de um lado
ao outro do palco sem parar, numa versão jazzístico-emepebista-tupinambá de
Mick Jagger.
Tragicomédia
O que
eu assisti ontem foi tragicômico: Rodrigo Fornos, o arquétipo do vilão de
desenho animado. Só faltou a gargalhadinha sádica. Porque, cidadãos, fazer o
que ele fez com um Artista, com A maiúsculo, do gabarito de um Gebran
Sabbag, é coisa para o Dick Vigarista, no mínimo. Que pessoa sem compostura, o
sr. Rodrigo Fornos!
Gebran
Sabbag
É,
seguramente, um dos maiores jazzistas vivos. O que ele faz no piano está
sobejamente acima de qualquer - anota aí, qualquer, qualquer - pianista
brasileiro, de qualquer época. Ontem ele abriu sua participação tocando
Yesterday, numa das mais belas, elaboradas e sensíveis versões dessa melodia,
desde sempre. Impecável. Coisa pra você prender o fôlego e só lembrar de
respirar de novo depois de ele ter acabado de tocar. Um momento solene, pra
quem gosta de jazz, de boa música, de arte verdadeira.
Que me
perdoem (ou não) todos os tecladistas de Curitiba
Não
tem pra ninguém. Gebran Sabbag merecia um show inteiro no MON, no Blue Note, em
Montreux, em qualquer lugar do mundo entre os maiores nomes do jazz. O que nós
temos aqui, senhoras e senhores, é coisa que não vai se repetir num século,
pelo menos.
Uma
grande lástima que ninguém enxergue isso
Tendo
em mãos os meios para produzir um show memorável, é triste que a produção se
torne refém da tentação rasteira, mesquinha, esfarrapada, de trazer ao palco um
artista da estatura de um Gebran Sabbag para acompanhar ao piano um produtone
de pouquíssimas luzes com uma penosa e indisfarçada aspiração de ser artista. A
plateia não pode ouvir Gebran Sabbag em nenhum solo, pois o cantor (!) repetia
as músicas, começo após o fim, just in
case a plateia sentisse que a cantoria estava pouca. Olha, se fosse um Tony
Bennett daria pra relevar o estrelismo... até porque o Inglês seria bom.
Não
satisfeito com a trolada, o senhor Rodrigo Fornos cometeu, com outro músico do
show, uma outra gafe que lhe passou totalmente despercebida. Aliás, seu estado
de euforia poderia fazê-lo andar sobre alguém no palco, sem notar. E tem mais: lá pelas tantas, o sr. Fornos
anunciava os apoios comerciais com gritinhos e a atitude corporal de quem está
tirando sarro do patrocinador. Os limites da informalidade passaram para o
território do soltou a franga.
Olha
só
Cris
Tarran cantou acompanhada pelo Fernando Montanari. Chegada a sua vez de cantar
(!), o sr. Fornos anunciou que o faria acompanhado pelo Gebran Sabbag, e achou
bonitinho ou conveniente contar que a Cris Tarran,quando soube disso, teria
gritado, histeriquinha: "Ai, o Gebran??? Ah, eu também queria cantar com o
Gebran!!!!!"
Ele
bradou isso em público e só faltou acrescentar "Sideu mals, boneca! Vais
cantar com o Montanari!"
Dureza
Eu cumprimento
o Maurício Cruz 1) pela iniciativa do projeto. Acho que, assim desse jeito,
mesmo com o compadrio que rola, ainda é melhor do que nenhuma iniciativa. A
gente sabe o quanto é dureza conseguir qualquer coisa referente a cultura neste
país, nesta cidade.
Num
papo mais sério, o projeto devia limar as pretensões domésticas, ignorar a
suscetibilidade das parentas e dos parentos que não jogam nada e querem
massagem, e dar um espaço realmente justo e digno para verdadeiros talentos, peneirar
um pouco. Ontem cada um de nós na plateia teve o céu e o inferno por um quilo
de alimento não perecível. O lance com a Provopar é boa jogada, mas pode melhorar.
Tem muita gente boa aqui, é só escolher melhor, não misturar alhos com
bugalhos.
Eu cumprimento
o Mauricio Cruz 2) por dividir o palco com o seu co-host. Toma um Dreher, Mau!
Sugestão
Mauricio
Cruz, que tal chamar o excelente maestro Norton Morozowicz para tocar com
Gebran Sabbag e o super Endrigo Bettega, em memória do antigo trio
Ludustertius, brilhantemente composto, nos idos de 70, por Gebran Sabbag no
piano, o garoto Norton Morozowicz no baixo acústico e o saudoso Guarani
Nogueira na percussão?
quarta-feira, 19 de dezembro de 2012
Dave Brubeck
No 5 de dezembro de 2012, mesmo dia que o Nhanhomeyer encarou a rampa para Alhures do Sul (© nao meu), o Dave também tomou o bonde. No dia seguinte ele faria 92 muito bem vividos anos. Mas morreu do coração, a caminho de uma consulta com o seu cardiologista. Deixa uma obra de porte, com um trabalho consistente e muitos títulos e prêmios. Era além de tudo, um benfeitor.
Em 1951, aos 30 anos, surfando no Havaí, Dave sofreu um acidente no qual foi dado por morto pelos paramédicos que o socorreram. Tendo danificado várias vértebras da sua coluna, ele sobreviveu, mas sofria de dores nos nervos das mãos, o que o levou a desenvolver seu jeito peculiar de tocar piano.
Aqui ele com Take Five, peça supercool do Paul Desmond, no inusitado tempo 5/4, que The Dave Brubeck Quartet imortalizou, apresentando ao vivo e regravando várias vezes ao longo de sua carreira de sucessos.
Dave Brubeck é "o herói do jazz na era do rock'n'roll". Isso o torna ainda mais especial para esta que vos tecla. Vai com Deus, Dave. Valeuz muito! Em vez de tu, podia ter ido uma renca de breganejos universiotários. Mas o mundo é esse cocô.
Em 1951, aos 30 anos, surfando no Havaí, Dave sofreu um acidente no qual foi dado por morto pelos paramédicos que o socorreram. Tendo danificado várias vértebras da sua coluna, ele sobreviveu, mas sofria de dores nos nervos das mãos, o que o levou a desenvolver seu jeito peculiar de tocar piano.
Aqui ele com Take Five, peça supercool do Paul Desmond, no inusitado tempo 5/4, que The Dave Brubeck Quartet imortalizou, apresentando ao vivo e regravando várias vezes ao longo de sua carreira de sucessos.
Dave Brubeck - piano Paul Desmond - Alto saxophone
Eugene Wright – bass Joe Morello – drums
Dave Brubeck é "o herói do jazz na era do rock'n'roll". Isso o torna ainda mais especial para esta que vos tecla. Vai com Deus, Dave. Valeuz muito! Em vez de tu, podia ter ido uma renca de breganejos universiotários. Mas o mundo é esse cocô.
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